Quando o Virtual se Torna Real: Cientistas Espanhóis Revelam Hologramas Tácteis

Quando o Virtual se Torna Real: Cientistas Espanhóis Revelam Hologramas Tácteis

Arkadiy Andrienko

Cientistas espanhóis desenvolveram uma tecnologia que permite aos usuários interagir fisicamente com imagens 3D flutuantes — sem luvas, controladores ou fones de ouvido necessários. É o primeiro sistema do tipo que permite às pessoas pegar e mover hologramas com as mãos nuas, como se fossem itens do mundo real.

No coração do sistema está um difusor macio e flexível que recebe projeções a até 2.880 quadros por segundo. Graças à persistência da visão, as imagens rápidas se misturam em uma forma 3D contínua. Sistemas anteriores dependiam de difusores rígidos, o que tornava perigoso ou impossível inserir as mãos na área de projeção. A equipe espanhola resolveu isso usando um material deformável que se dobra ao contato. Mas essa flexibilidade introduziu um novo desafio: a necessidade de correção de imagem em tempo real. Os pesquisadores desenvolveram algoritmos que ajustam distorções instantaneamente, mantendo o holograma estável e preciso.

De acordo com os desenvolvedores, o sistema poderia ser usado em salas de aula — por exemplo, para montar peças mecânicas virtuais — em museus para exposições interativas, ou na área médica para visualizar modelos anatômicos. Uma grande vantagem: várias pessoas podem usá-lo juntas sem precisar de equipamentos extras.

O projeto, financiado pelo Conselho Europeu de Pesquisa (ERC), será apresentado oficialmente na conferência CHI 2025 em Yokohama, Japão, no final deste abril. Espera-se que o evento atraia mais de 4.000 especialistas, incluindo representantes da Meta, Apple e Microsoft. Ainda não há informações sobre quando a tecnologia chegará aos consumidores, mas os pesquisadores afirmam que seu objetivo final é tornar a visualização 3D tão comum quanto os smartphones são hoje.

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