
30 anos da Remedy. O caminho criativo de Max Payne e Alan Wake até Quantum Break e Control

Remedy Entertainment foi fundada em 18 de agosto de 1995. Ao longo das últimas três décadas, lançou onze jogos, muitos dos quais se tornaram sucessos. Neste artigo, contaremos sobre todos os projetos da empresa finlandesa, desde os que foram lançados até os que estão atualmente em desenvolvimento.
Fundação do Estúdio Remedy e o Desenvolvimento de Death Rally
A ideia de reunir sua própria equipe de desenvolvedores veio ao programador finlandês Samuli Syvähuoko em 1995. Anteriormente, ele chefiava a empresa Future Crew, que se especializava em cenas de demonstração usando efeitos 3D. Mas o rapaz queria fazer jogos completos. Ele conseguiu reunir amigos com ideias semelhantes e em 18 de agosto, registraram oficialmente seu estúdio.
Seu primeiro projeto foi um simples jogo de corrida visto de cima chamado Death Rally. E graças a Sam Lake, um amigo de Samuli, ele tinha uma trama e um cenário bem elaborado. A jogabilidade de combate com a possibilidade de usar armas agradou aos jogadores — o jogo vendeu 90 mil cópias, o que não é ruim para a estreia de um novo estúdio. E a imprensa falou positivamente. No entanto, em meados dos anos 90, parecia uma agradável escola antiga, não um corredor moderno. Em 2012, Death Rally recebeu um relançamento com uma imagem mais bonita.
Duologia Max Payne. Filme de Ação Noir de John Woo
Logo após o lançamento de Death Rally, os funcionários da Remedy começaram a desenvolver um benchmark, um projeto 3D especial que permite testar as capacidades do seu computador. Ele foi chamado de Final Reality e ganhou popularidade entre os proprietários de PCs poderosos. O motor MaxFx foi criado com base nessa tecnologia. A equipe decidiu que seria ótimo para jogos de ação.
Um shooter de zumbis chamado Guntech foi considerado, mas nunca foi lançado — foi cancelado pela editora Virgin Entertainment. Depois disso, o estúdio se voltou para a 3D Realms, cujos representantes ofereceram fazer um jogo de ação em terceira pessoa no espírito de Tomb Raider. Foi decidido que nele, um herói policial atiraria em bandidos. Ele mudou de nome várias vezes, incluindo Justiça Sombria e Max Heat. A versão final é Max Payne. Isso pode ser traduzido como "dor máxima", que está diretamente relacionado à trama do jogo. E o protagonista também se chama Max Payne. Sua aparência na primeira parte é copiada do já mencionado roteirista Sam Lake.
Inicialmente, estava planejado que Max Payne tivesse uma imagem cartunesca. Mas, no final, abandonaram isso e decidiram se concentrar no realismo. Para isso, os designers de nível da Remedy foram a Nova York, onde fotografaram casas e ruas em áreas desfavorecidas. Eles tiveram que se mover por lá com seguranças, porque havia o risco de encontrar punks locais. Mas o resultado valeu a pena — O cenário em Max Payne parece o mais autêntico possível.
O jogo acabou sendo uma mistura de vários gêneros e tendências. O enredo aqui foi apresentado com a ajuda de quadrinhos bem desenhados, que parecem muito mais impressionantes do que vídeos em 3D no motor. O roteiro aborda temas tão sérios como a perda de uma esposa e filha nas mãos de criminosos, a sede de vingança, policiais corruptos e a venda de substâncias ilegais. Gostaria de destacar separadamente o próprio Max Payne, que não pode ser chamado de herói positivo. Em vez disso, temos um vigilante obcecado diante de nós. Ele desafiou o mundo do crime e está pronto para ir em direção ao seu objetivo sobre os corpos de centenas de pessoas. E ao longo do caminho, vemos como o cara perde suas diretrizes morais e de vida.
A atmosfera de Max Payne lembra o clássico filme noir, em grande parte devido à música melancólica e aos monólogos em off do personagem principal. Mas a jogabilidade combina o tiro habitual de diferentes tipos de armas com a capacidade de desacelerar o tempo, que aqui é chamada de bullet time. Externamente, o que acontece durante as cenas de batalha lembra os filmes de ação de John Woo e o primeiro "Matrix".
Há TVs nos níveis, onde uma série é exibida, criada especificamente para o jogo. Essa ideia incomum será desenvolvida em projetos futuros do estúdio.
Max Payne foi um grande sucesso de vendas e influenciou todo o gênero. Ele permaneceu um modelo a ser seguido por cinco anos até o lançamento de Gears of War em 2006. A Remedy em si não ficou parada, mas começou a desenvolver uma sequência. Ela foi lançada dois anos depois e não era muito diferente do original.
Existem mudanças, mas são específicas, por exemplo, a capacidade de deitar no chão após um salto longo e continuar atirando ou recarregar instantaneamente durante a câmera lenta. Mas o clima aqui é diferente — após a vingança cometida, Max parece ter perdido o sentido da vida. Ele desenvolveu sentimentos pela criminosa Mona Sax, o que levou a consequências imprevisíveis e a um final trágico. Note que em alguns episódios fomos autorizados a jogar como essa garota.

Infelizmente, para muitos jogadores Max Payne 2 passou despercebido. Suas vendas não impressionaram o novo editor, Take-Two Interactive. No final, ele manteve os direitos da série. Em 2011, foi lançada a terceira parte, mas a Remedy não teve nada a ver com isso. Agora o estúdio está trabalhando em um remake da duologia original.
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Alan Wake. Uma homenagem a Stephen King e David Lynch
Em 2006, foi anunciado que a Remedy havia garantido o apoio da Microsoft, e em 2010, seu novo jogo de ação em terceira pessoa foi lançado exclusivamente para Xbox 360, chamado Alan Wake. Esse é o nome do personagem principal. Assim como no caso de Max Payne, temos um trocadilho, pois o título é consonante com "estou acordado". A apresentação serial e a atmosfera de uma pequena cidade americana perdida na floresta lembravam Twin Peaks de David Lynch, e o enredo como um todo — as obras de Stephen King. Aqui, o escritor tenta sair de uma crise criativa e, junto com sua esposa, vai para a cidade de Bright Falls, onde encontra eventos místicos. Sua esposa desaparece, e o romance que ele está escrevendo acaba sendo profético.
O sistema de combate de Alan Wake é simples, mas interessante — antes de ferir um inimigo com uma arma de fogo, você precisa iluminá-lo com uma lanterna. Somente após isso, a "armadura" de escuridão impenetrável do inimigo desaparecerá, e ele se tornará vulnerável a balas. Granadas de flashbang, faróis de carros e até holofotes são utilizados. E embora o jogo tenha sido criticado por monotonia, ele encontrou uma resposta do público, então, depois de um tempo, a Remedy começou a trabalhar em uma sequência. A primeira parte foi lançada para PC em 2012, e em 2021 recebeu um remaster para todas as plataformas atuais. A história de Alan Wake continuou em um complemento independente American Nightmare.
Também vale a pena notar a mini-série live-action Bright Falls, que acabou sendo um prequel do Alan Wake original. A ideia de combinar cinema e videogames foi desenvolvida no próximo projeto da Remedy.
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Quantum Break. Ideia ousada, implementação medíocre
A Microsoft e a Remedy continuaram sua colaboração após o lançamento de Alan Wake. O próximo projeto do estúdio foi Quantum Break. Os desenvolvedores retornaram ao tema do controle do tempo, mas desta vez, além de desacelerar inimigos, você pode fazer dashes rápidos, criar um escudo contra balas e muito mais.
A apresentação do enredo merece atenção especial. Em vez dos vídeos habituais no motor, temos uma série completa, e as mesmas pessoas que trabalharam no sensacional "Gravity" foram responsáveis pelos efeitos especiais. O personagem principal foi interpretado por Shawn Ashmore, conhecido pela trilogia X-Men e pelo thriller Solstice, e o vilão principal foi interpretado por Aidan Gillen, que você pode lembrar como Petyr Baelish de Game of Thrones. A abordagem semelhante foi utilizada no início dos anos 90, quando vídeos ao vivo eram às vezes usados em vez de gráficos de jogos ou cenas cortadas. Mas em 2016, a combinação de um jogo e filmagens ao vivo parecia algo original. E periodicamente, nos era oferecida a oportunidade de fazer uma escolha que influenciava eventos futuros na série.
O problema é que a trama em Quantum Break é muito simples e não justifica uma apresentação tão grandiosa. Parece que estamos assistindo a um filme de ficção científica entediante que não consegue surpreender um espectador sofisticado. E a versão para PC de Quantum Break pode ser criticada pela má otimização. Em 2023, Shawn Ashmore declarou seu desejo de voltar ao papel de Jack Joyce, mas as coisas não passaram de postagens nas redes sociais e rumores não confirmados.
Há mais duas obras da Remedy a serem mencionadas — uma campanha para um jogador do atirador Crossfire X e o mobile Agents of Storm. Mas esses são projetos puramente medianos que não merecem sua atenção.
Control. O melhor jogo não oficial baseado na Fundação SCP
Após Quantum Break, o estúdio Remedy encerrou sua cooperação com a Microsoft e se tornou uma empresa pública com um mercado de ações livre. Ela conseguiu desenvolver Control em apenas três anos — anteriormente, cada jogo levava muito mais tempo. Desta vez, as principais fontes de inspiração para os finlandeses foram The X-Files e o projeto multi-autoral Fundação SCP.
A trama gira em torno do Federal Bureau of Control, que estuda o paranormal. Sua sede, conhecida como a Casa Mais Antiga, é atacada por criaturas agressivas, e a protagonista, Jessie, é forçada a combatê-las. À medida que a ação avança, descobrimos segredos associados a este lugar e a personagens específicos.
Em termos de jogabilidade, temos um atirador em terceira pessoa com a capacidade de usar armas de fogo e vários superpoderes, desde lançar objetos até capturar as mentes dos oponentes. A mecânica é simples, mas consegue cativar você até o final.
O jogo recebeu dois complementos de história — The Foundation e AWE, com Alan Wake aparecendo no último. Isso não é apenas uma participação especial — ambos os jogos se passam no mesmo universo. No momento da redação, Control 2 está em desenvolvimento.
Alan Wake 2. O Sonhador
O segundo Alan Wake tem dois protagonistas — a agente do FBI Saga Anderson e o já conhecido escritor. A garota conduz uma investigação na cidade de Bright Falls, enquanto Alan está preso nos mundos de suas próprias obras e tenta desesperadamente encontrar uma saída.
O núcleo da jogabilidade permanece o mesmo, mas elementos de missão foram adicionados a ele. A saga coleta pistas e entende as motivações dos personagens, e Wake considera novas ideias para o enredo de seus livros, que afetam diretamente o mundo ao seu redor. Isso parece realmente incomum para os jogos modernos. Mas vale a pena notar que Alan Wake 2 tem muito de exploração em locais com a necessidade de examinar cuidadosamente o ambiente. Se você se deixar levar pela trama e pela atmosfera, então achará interessante. Caso contrário, há o risco de ficar entediado rapidamente.
Alan Wake 2 recebeu dois complementos — Noites de Primavera e A Casa do Lago. O primeiro pode ser considerado uma piada — é baseado em um programa de TV dentro do jogo e conta a história de um fã de Alan Wake, Jesse de Control e do já mencionado ator Shawn Ashmore. Definitivamente, não vale a pena levar a sério. Mas A Casa do Lago pode ser considerado um elo intermediário entre o segundo Alan Wake e o futuro Control 2.
FBC: Firebreak. Spin-off desnecessário de Control
Você pode ter notado que a Remedy está apostando em projetos para um jogador. Além dos jogos mencionados, podemos destacar o modo história do shooter multiplayer CrossFire X. Mas até 2025, o estúdio decidiu desenvolver um jogo com ênfase no modo multiplayer em si. Estamos falando de FBC: Firebreak, cuja ação se passa no universo de Control. Como agentes do Federal Bureau of Control, você terá que eliminar as consequências da atividade paranormal dentro das paredes da Casa Mais Antiga.
Parece interessante em palavras — diferentes personagens com habilidades únicas, várias tarefas, oponentes incomuns. Mas, na realidade, o jogo acabou sendo medíocre. Além disso, não há valor narrativo nele, então os fãs de Alan Wake e Control podem passar sem problemas.
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Apesar do fracasso com FBC: Firebreak, a Remedy continua sendo um dos estúdios de desenvolvimento mais interessantes, com seu próprio estilo característico e abordagem não trivial. Para o autor destas linhas, a reedição dos dois primeiros Max Payne é o remake mais aguardado dos próximos anos. Também é interessante ver o que Control 2 nos mostrará.
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