Estudo: ChatGPT Cria «Dívida Cognitiva», Lentificando Seu Cérebro

Estudo: ChatGPT Cria «Dívida Cognitiva», Lentificando Seu Cérebro

Arkadiy Andrienko
23 de junho de 2025, 11:36

Um novo estudo nos EUA (MIT Media Lab e outras universidades) revelou um efeito inesperado do uso de IA como o ChatGPT para escrita: nossos cérebros diminuem significativamente, e esse impacto persiste mesmo após abandonar a ferramenta.

54 voluntários (idades de 18 a 39 anos, falantes nativos de inglês) escreveram ensaios de diferentes maneiras: sozinhos, usando busca na web (Google) ou com o ChatGPT. Sensores de EEG monitoraram a atividade cerebral, revelando que os usuários do ChatGPT mostraram o menor engajamento cerebral — especialmente nas regiões de atenção, memória e controle. O grupo de busca ficou no meio.

Quando usuários habituais do ChatGPT mudaram para escrever sozinhos, sua atividade cerebral permaneceu lenta. Aqueles que escreveram sem ajuda primeiro e depois usaram IA mostraram maior engajamento cognitivo mais tarde. Usuários de IA também tiveram dificuldades para recordar seu próprio conteúdo: minutos após enviar, apenas 28% conseguiram lembrar de pelo menos uma frase (contra 56% no grupo sozinho). Muitos admitiram que o texto não parecia "deles."

Principais diferenças no texto da IA:

  • Estatisticamente "suave": ensaios do ChatGPT tiveram notas mais altas (por humanos e outra IA) e mostraram estrutura/estilo anormalmente uniforme.
  • "Entidades nomeadas": o texto da IA continha muito mais nomes, datas, lugares e definições específicas — 2,5 vezes mais do que escritores humanos. Humanos lembram de conceitos, não de cada detalhe. Isso pode ajudar a detectar escrita de IA.

Usar IA regularmente para escrever treina seu cérebro para cargas mentais mais leves. Ele "relaxa", e essa letargia permanece mesmo sem IA — tornando o trabalho solo mais difícil. Pesquisadores enfatizam: menos esforço = retenção de informações mais pobre e habilidades de escrita/pensamento crítico mais fracas.

Embora as ferramentas de IA sejam inevitáveis, devemos compreender seu impacto cognitivo. As "economias mentais" de hoje podem se tornar a "dívida cognitiva" de amanhã — deixando você despreparado para trabalhos profundos e não assistidos. O estudo enfatiza um equilíbrio consciente: use a tecnologia como uma muleta, não como um substituto para o pensamento genuíno.

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