IA Offline: Google Traz o Gemini Nano para Aplicativos Móveis Sem a Nuvem

IA Offline: Google Traz o Gemini Nano para Aplicativos Móveis Sem a Nuvem

Arkadiy Andrienko

Google está lançando ferramentas que permitem aos desenvolvedores incorporar IA generativa diretamente em aplicativos móveis, sem depender de servidores em nuvem. O SDK atualizado do ML Kit agora suporta o Gemini Nano, um modelo de linguagem compacto projetado para funcionar localmente em smartphones. Isso possibilita recursos como resumir texto, reformular conteúdo ou gerar legendas para imagens — tudo isso mantendo os dados do usuário no dispositivo.

A principal vantagem aqui é a privacidade. Tudo — desde a entrada até a saída — é processado localmente. Isso significa que recursos como resumos de notificações ou edição de texto podem funcionar mesmo sem uma conexão com a internet. No entanto, o Gemini Nano tem limitações em comparação com modelos baseados em nuvem: sua saída de texto é limitada a três pontos, e a legendagem de imagens está atualmente disponível apenas em inglês. O desempenho também varia de acordo com a versão do modelo: o menor (XXS) pesa apenas 25MB e lida apenas com texto, enquanto o padrão (XS) requer cerca de 100MB de memória.

No lançamento, o Gemini Nano é suportado em dispositivos de ponta como o Google Pixel 9a, Samsung Galaxy S25 e Xiaomi 15, com mais por vir. O número de aplicativos que utilizam IA no dispositivo também deve crescer. Os desenvolvedores já podem começar a testar a API em beta, mas há algumas ressalvas: os aplicativos estão sujeitos a cotas de solicitação, e o processamento em segundo plano é restrito. Por exemplo, se um usuário minimizar um aplicativo, seus recursos de IA serão pausados.

Curiosamente, o Google não é o primeiro a buscar IA no dispositivo. A Qualcomm e a MediaTek introduziram suas próprias soluções, mas essas são mais difíceis de adaptar entre diferentes telefones. Ao integrar o Gemini Nano através do ML Kit, o Google simplifica o processo — os desenvolvedores não precisam construir modelos do zero ou ajustá-los para cada chipset. No entanto, a adoção mais ampla será retardada pela potência de processamento limitada de muitos smartphones.

Benefícios no mundo real já estão surgindo: por exemplo, o Pixel pode analisar capturas de tela no dispositivo, e o Motorola Razr Ultra pode gerar resumos de notificações offline. Com o Gemini Nano, tais recursos poderiam se tornar a norma — mas, por enquanto, o desempenho estável dependerá de esforços contínuos tanto dos desenvolvedores quanto dos fabricantes de hardware.

    Sobre o autor
    Comentários0