Os japoneses enfrentaram o supercomputador Fugaku — e perderam, previsivelmente

Os japoneses enfrentaram o supercomputador Fugaku — e perderam, previsivelmente

Arkadiy Andrienko

Durante a conferência anual Nico Nico Super no Japão, um experimento incomum ocorreu — a “Batalha Super Keisan”, onde os participantes competiram contra o supercomputador Fugaku na resolução de problemas matemáticos. Sem surpresa, o resultado foi esmagador: a máquina processou 442 sextilhões de operações em apenas 10 segundos. O humano com melhor desempenho? Ele conseguiu resolver 13 problemas de adição.

As regras eram simples: resolver o maior número possível de problemas aritméticos em 10 segundos. O vencedor ganharia um dia inteiro de acesso ao Fugaku — embora os organizadores admitissem que as chances estavam desesperadamente contra eles. “É um jogo que você não pode ganhar,” dizia a página da competição. Mesmo assim, os participantes encararam a derrota com bom humor. “Se alguém pudesse vencer o Fugaku, não precisaria de computadores,” brincou um nas redes sociais. Como prêmio de consolação, todos os competidores receberam modelos em miniatura do supercomputador.

Fugaku, atualmente classificado em sexto lugar na lista TOP500 dos supercomputadores mais rápidos do mundo, é utilizado para tarefas de alto nível, como simulações de desastres naturais, planejamento de evacuação e pesquisa climática. Ele possui um poder de processamento de 442 petaflops e opera em quase 160.000 nós alimentados pelos processadores A64FX da Fujitsu.

Apesar da diversão e dos jogos, o evento destacou a importância do progresso tecnológico. A RIKEN e a Fujitsu já estão trabalhando no sucessor do Fugaku — uma máquina de próxima geração que deve alcançar um zettaflop (um bilhão de bilhões de operações por segundo) até 2030. Em meio a um cenário de cosplay e performances de streamers virtuais, o evento mostrou como a tecnologia de ponta pode se misturar à cultura pop sem perder sua essência científica.

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