Artigos Críticas de Filmes e Séries de TV Filmes e Séries de TV Minecraft: A Crítica do Filme. Um Excelente Trailer de 1,5 Hora para um Jogo Lançado Há 16 Anos

Minecraft: A Crítica do Filme. Um Excelente Trailer de 1,5 Hora para um Jogo Lançado Há 16 Anos

Marat Usupov
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Minecraft não precisa de introdução. A criação de Markus Persson se tornou um fenômeno que cativou milhões de jogadores, mas as tentativas de expandir o universo além do jogo original permanecem questionáveis. Agora, a Mojang, com o apoio da Warner Bros., fez uma nova aposta: Minecraft: The Movie. O filme atendeu às expectativas e a franquia receberá um novo impulso de desenvolvimento? Nós assistimos e estamos ansiosos para compartilhar nossas impressões!

Um Filme do Minecraft? Na Minha Tela Grande?

Não é segredo que os gamers recebem qualquer notícia sobre a expansão do Minecraft além de seu sandbox com ceticismo em vez de interesse, especialmente quando Dungeons e Legends não conseguiram replicar o sucesso do original. Após o anúncio e o primeiro trailer de Minecraft: The Movie, as dúvidas na comunidade gamer se intensificaram: os gráficos e o estilo visual foram criticados, a abordagem do diretor parecia vaga... Olhando para os trailers, não estava claro — este é um filme para crianças e adolescentes, ou para aqueles que estão se aproximando dos trinta anos e cresceram com Minecraft?!

Minecraft: The Movie não é uma adaptação de jogo, não é animação, não é um blockbuster clássico e nem mesmo cinema tradicional. É uma adaptação da própria essência do Minecraft trazida para a tela grande através de CGI. Sem experiência em jogos de computador, é difícil compreender o que está acontecendo. Infelizmente, os criadores não conseguiram transmitir isso claramente durante a campanha publicitária, já que um posicionamento adequado teria melhorado significativamente a recepção do filme pelo público em geral.

Are the camera positioning and visual solutions of the film justified?

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Não é um Filme, Não é uma Animação... O Que É Então?

Muitos elementos vêm dos jogos: técnicas de cena e diálogos entre personagens (que não podem ser chamados de personalidades nem com a melhor das intenções), a demonstração do Overworld, e sequências de ação intensas que fazem você querer pegar um controle e sair batendo em todo mundo. O elemento mais radical é a posição da câmera — aqui Minecraft: The Movie inverte a visão convencional dos filmes e pode chocar os cinéfilos.

Não há cenas aterrorizantes neste filme, mesmo que ele tente ser um horror

Todos os gamers conhecem a visão em terceira pessoa, onde a câmera está atrás e ligeiramente acima do personagem, permitindo que você veja simultaneamente seu modelo e o mundo do jogo. O filme implementa uma inversão da visão em terceira pessoa: o espectador assiste aos personagens de frente ou de lado na maior parte do tempo. Além disso, os personagens quase sempre preenchem o centro do quadro, com o Overworld quadrado literalmente «envolvendo» eles. As leis clássicas da cinematografia e da animação não se aplicam aqui.

A Mojang não se esqueceu do fan service, fazendo o filme evocar nostalgia a cada minuto. Hitting blocks, resource mining, building, crafting and recipes, specific gameplay mechanics like redstone railways or creeper farms — todos esses elementos familiares são utilizados ao máximo. Até mesmo lutas corporais e outras violências são retratadas para evitar parecer cruel, enquanto permanecem reconhecíveis dentro do estilo do Minecraft: tudo é cúbico e cartunesco, mas é claro quando alguém é comido.

Os rostos nesta cena refletem em grande parte a atitude dos atores em relação ao seu trabalho

Os gráficos são nítidos, o estilo cúbico é cuidadosamente transferido para 4K, e os efeitos 3D em IMAX impressionam. Os criadores não reinventaram a roda — eles pegaram texturas e modelos familiares e os melhoraram enquanto preservavam o estilo característico do Minecraft. O filme é brilhante e colorido em qualquer momento, até mesmo áreas escuras e sombrias como o Nether possuem seu charme visual.

Filme como um Conjunto de Missões de Jogo

A trama é previsivelmente simples: quatro pessoas aleatórias — Garrett «Trash Man» Harrison, interpretado por Jason Momoa; o adolescente Henry, retratado por Sebastian Hansen; sua irmã Natalie, interpretada por Emma Myers; e uma mulher forte, Dawn, interpretada por Danielle Brooks — inesperadamente se encontram no mundo cúbico do Overworld.

Suas vidas ordinárias desmoronam em um instante, e agora, para voltar para casa, esse grupo heterogêneo deve se adaptar à nova realidade e se submeter às suas estranhas regras. Steve — um artesão experiente interpretado por Jack Black — se torna seu guia nesse caos cúbico.

Em termos de enredo, temos uma clássica história de «peixe fora d'água» em um universo alternativo com desenvolvimento de ação linear: os heróis se movem de ponto a ponto, superam obstáculos, lutam contra creepers e zumbis, e tentam parar a invasão dos minions de Malgosha, a rainha dos piglins. O final apresenta uma batalha épica, é claro. Para um videogame, seria uma excelente missão; para o cinema, é vazio.

Estruturalmente, o filme se assemelha a um road movie onde novos personagens aparecem em cada ato, e todas as tramas colidem em um ponto no final. Uma linha do tempo clara teria ajudado, mas não é evidente no filme — noites seguem dias em ambos os mundos, mas toda a narrativa parece se encaixar em menos de dois dias.

Avaliar Minecraft: The Movie sob a perspectiva do valor artístico é fútil. Os autores falharam em transmitir quaisquer ideias embutidas na trama desde o início, e as imagens dos heróis são extremamente esquemáticas, reveladas através de episódios funcionais. Falando nisso...

How important is prior Minecraft gaming experience for full film perception?

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Personagens e Atuação

O personagem de Jason Momoa é um gamer que começa a se esgotar, cujos melhores dias foram na juventude. Seu negócio faliu, e ele está lutando para sobreviver. Emma Myers interpreta Natalie — uma irmã mais velha que deve cuidar de seu irmão mais novo, Henry, enquanto equilibra responsabilidades, um novo emprego e adaptação a um lugar desconhecido. Henry, por sua vez, é um adolescente brilhante, mas introvertido, capaz de criar qualquer coisa a partir de qualquer coisa. Ele precisa se encaixar em uma nova escola, mas isso é difícil com professores estranhos e colegas de classe agressivos.

Pessoas comuns que o público acreditará? Exatamente. Mas eles têm um ponto forte — nenhum dos heróis é retratado como histérico, idiota, psicótico ou com qualquer outra desvio — e você sabe como isso está na moda agora. A atuação é desigual: Jack Black, Sebastian Hansen e Emma Myers tentam se imergir em seus papéis, mas Jason Momoa interpreta a si mesmo como se tivesse sido convidado para filmagens sem um roteiro.

Arcos de personagens? O mais profundo envolve o «Homem do Lixo» — ele está tão ansioso para consertar sua situação que faz um acordo sujo com Steve: um cubo de portal em troca de joias. Eventualmente, ele consegue diamantes, mas dá o cubo a Henry por algum motivo, e então, inesperadamente, se sacrifica para salvar seus amigos. Por quê? Como ele chegou a essa conclusão? Não pense demais, espectador — já temos outra cena de ação se aproximando. Com habilidade adequada, eles poderiam ter pelo menos fornecido motivação: temas de amizade, apego ao mundo do Minecraft, renascimento interno — mas não, Momoa simplesmente desaparece, deixando o espectador com a sensação de que esse ato foi injustificado.

Desenvolvimento de outros personagens? Bem, eles ficaram ricos. Um par de lingotes de ouro e quilos de diamantes do Overworld fazem maravilhas, você sabe. Ao longo do filme, Natalie é mostrada como uma irmã amorosa com um coração caloroso, cuidando de seu irmão. Mas tudo se resolve bem — após se tornar rica, Natalie deixa o marketing SMM monótono e abre uma escola de kung fu. Henry se torna um «mestre criativo», combinando estudos, programação de videogames e montagem de máquinas de arcade.

Dinamismo e Bondade Salvam a Situação

Durante a exibição, os espectadores não têm tempo para ficar entediados porque algo está constantemente acontecendo na tela: os heróis lamentam a perda de seu mundo natal, depois lutam contra creepers e zumbis, encontram Steve, enfrentam uma nova ameaça — piglins — e assim por diante a cada cinco minutos. A cada dez minutos há uma reviravolta acentuada, criando uma sensação de movimento sem fim. Importante, apesar desse ritmo, o filme não desce a um caos; o diretor e os roteiristas de alguma forma mantiveram o equilíbrio: o ritmo entre situação, reações dos personagens, diálogos e ação é bem mantido.

É bom que eles tenham considerado espectadores que nunca jogaram Minecraft. Mecânicas de jogo, biomas, criação e inimigos são explicados logicamente. Se o espectador é um gamer — referências profundas os aguardam.

Além disso, Minecraft: O filme não tenta parecer uma obra séria; pelo contrário, cada cena é impregnada de humor e situações cômicas. Sem ameaças, ressentimentos, conflitos em tons elevados ou confrontos ao estilo gangster. Até mesmo a batalha final entre Steve e a rainha piglin Malgosha se assemelha ao clímax de um desenho animado infantil. Técnicas clássicas de tais filmes estão presentes: «gritar mais alto em qualquer situação confusa» ou cenas onde os heróis discutem a dificuldade de crescer e como foi boa a infância deles.

The most significant drawback of the film?

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Melhor do que muitas adaptações de jogos

Talvez um filme assim seja exatamente o que é necessário na primavera: leve, bondoso, discreto, sem catástrofes globais e super-heróis pomposos.

Contra outras grandes estreias deste ano — quando o novo Capitão América se revelou um drama de super-herói vago, e a nova Branca de Neve provou ser um fracasso — Minecraft: The Movie tem todas as chances de se recuperar e atrair espectadores. Com sua aventura brilhante e divertida em um mundo familiar de blocos, cumpre sua função de entretenimento.

Vale a pena notar que esta é mais uma tentativa de levar um universo de jogo para a tela grande, e é muito mais bem-sucedida do que a recente Borderlands. Com certeza trará prazer aos fãs e oferecerá a outros espectadores uma sessão leve e relaxante com pipoca.

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