Minecraft não precisa de introdução. A criação de Markus Persson se tornou um fenômeno que cativou milhões de jogadores, mas as tentativas de expandir o universo além do jogo original permanecem questionáveis. Agora, a Mojang, com o apoio da Warner Bros., fez uma nova aposta: Minecraft: The Movie. O filme atendeu às expectativas e a franquia receberá um novo impulso de desenvolvimento? Nós assistimos e estamos ansiosos para compartilhar nossas impressões!
Não é segredo que os gamers recebem qualquer notícia sobre a expansão do Minecraft além de seu sandbox com ceticismo em vez de interesse, especialmente quando Dungeons e Legends não conseguiram replicar o sucesso do original. Após o anúncio e o primeiro trailer de Minecraft: The Movie, as dúvidas na comunidade gamer se intensificaram: os gráficos e o estilo visual foram criticados, a abordagem do diretor parecia vaga... Olhando para os trailers, não estava claro — este é um filme para crianças e adolescentes, ou para aqueles que estão se aproximando dos trinta anos e cresceram com Minecraft?!
Minecraft: The Movie não é uma adaptação de jogo, não é animação, não é um blockbuster clássico e nem mesmo cinema tradicional. É uma adaptação da própria essência do Minecraft trazida para a tela grande através de CGI. Sem experiência em jogos de computador, é difícil compreender o que está acontecendo. Infelizmente, os criadores não conseguiram transmitir isso claramente durante a campanha publicitária, já que um posicionamento adequado teria melhorado significativamente a recepção do filme pelo público em geral.
Are the camera positioning and visual solutions of the film justified?
Participar da pesquisaMuitos elementos vêm dos jogos: técnicas de cena e diálogos entre personagens (que não podem ser chamados de personalidades nem com a melhor das intenções), a demonstração do Overworld, e sequências de ação intensas que fazem você querer pegar um controle e sair batendo em todo mundo. O elemento mais radical é a posição da câmera — aqui Minecraft: The Movie inverte a visão convencional dos filmes e pode chocar os cinéfilos.
Todos os gamers conhecem a visão em terceira pessoa, onde a câmera está atrás e ligeiramente acima do personagem, permitindo que você veja simultaneamente seu modelo e o mundo do jogo. O filme implementa uma inversão da visão em terceira pessoa: o espectador assiste aos personagens de frente ou de lado na maior parte do tempo. Além disso, os personagens quase sempre preenchem o centro do quadro, com o Overworld quadrado literalmente «envolvendo» eles. As leis clássicas da cinematografia e da animação não se aplicam aqui.
A Mojang não se esqueceu do fan service, fazendo o filme evocar nostalgia a cada minuto. Hitting blocks, resource mining, building, crafting and recipes, specific gameplay mechanics like redstone railways or creeper farms — todos esses elementos familiares são utilizados ao máximo. Até mesmo lutas corporais e outras violências são retratadas para evitar parecer cruel, enquanto permanecem reconhecíveis dentro do estilo do Minecraft: tudo é cúbico e cartunesco, mas é claro quando alguém é comido.
Os gráficos são nítidos, o estilo cúbico é cuidadosamente transferido para 4K, e os efeitos 3D em IMAX impressionam. Os criadores não reinventaram a roda — eles pegaram texturas e modelos familiares e os melhoraram enquanto preservavam o estilo característico do Minecraft. O filme é brilhante e colorido em qualquer momento, até mesmo áreas escuras e sombrias como o Nether possuem seu charme visual.
A trama é previsivelmente simples: quatro pessoas aleatórias — Garrett «Trash Man» Harrison, interpretado por Jason Momoa; o adolescente Henry, retratado por Sebastian Hansen; sua irmã Natalie, interpretada por Emma Myers; e uma mulher forte, Dawn, interpretada por Danielle Brooks — inesperadamente se encontram no mundo cúbico do Overworld.
Suas vidas ordinárias desmoronam em um instante, e agora, para voltar para casa, esse grupo heterogêneo deve se adaptar à nova realidade e se submeter às suas estranhas regras. Steve — um artesão experiente interpretado por Jack Black — se torna seu guia nesse caos cúbico.
Em termos de enredo, temos uma clássica história de «peixe fora d'água» em um universo alternativo com desenvolvimento de ação linear: os heróis se movem de ponto a ponto, superam obstáculos, lutam contra creepers e zumbis, e tentam parar a invasão dos minions de Malgosha, a rainha dos piglins. O final apresenta uma batalha épica, é claro. Para um videogame, seria uma excelente missão; para o cinema, é vazio.
Estruturalmente, o filme se assemelha a um road movie onde novos personagens aparecem em cada ato, e todas as tramas colidem em um ponto no final. Uma linha do tempo clara teria ajudado, mas não é evidente no filme — noites seguem dias em ambos os mundos, mas toda a narrativa parece se encaixar em menos de dois dias.
Avaliar Minecraft: The Movie sob a perspectiva do valor artístico é fútil. Os autores falharam em transmitir quaisquer ideias embutidas na trama desde o início, e as imagens dos heróis são extremamente esquemáticas, reveladas através de episódios funcionais. Falando nisso...
How important is prior Minecraft gaming experience for full film perception?
Participar da pesquisaO personagem de Jason Momoa é um gamer que começa a se esgotar, cujos melhores dias foram na juventude. Seu negócio faliu, e ele está lutando para sobreviver. Emma Myers interpreta Natalie — uma irmã mais velha que deve cuidar de seu irmão mais novo, Henry, enquanto equilibra responsabilidades, um novo emprego e adaptação a um lugar desconhecido. Henry, por sua vez, é um adolescente brilhante, mas introvertido, capaz de criar qualquer coisa a partir de qualquer coisa. Ele precisa se encaixar em uma nova escola, mas isso é difícil com professores estranhos e colegas de classe agressivos.
Pessoas comuns que o público acreditará? Exatamente. Mas eles têm um ponto forte — nenhum dos heróis é retratado como histérico, idiota, psicótico ou com qualquer outra desvio — e você sabe como isso está na moda agora. A atuação é desigual: Jack Black, Sebastian Hansen e Emma Myers tentam se imergir em seus papéis, mas Jason Momoa interpreta a si mesmo como se tivesse sido convidado para filmagens sem um roteiro.
Arcos de personagens? O mais profundo envolve o «Homem do Lixo» — ele está tão ansioso para consertar sua situação que faz um acordo sujo com Steve: um cubo de portal em troca de joias. Eventualmente, ele consegue diamantes, mas dá o cubo a Henry por algum motivo, e então, inesperadamente, se sacrifica para salvar seus amigos. Por quê? Como ele chegou a essa conclusão? Não pense demais, espectador — já temos outra cena de ação se aproximando. Com habilidade adequada, eles poderiam ter pelo menos fornecido motivação: temas de amizade, apego ao mundo do Minecraft, renascimento interno — mas não, Momoa simplesmente desaparece, deixando o espectador com a sensação de que esse ato foi injustificado.
Desenvolvimento de outros personagens? Bem, eles ficaram ricos. Um par de lingotes de ouro e quilos de diamantes do Overworld fazem maravilhas, você sabe. Ao longo do filme, Natalie é mostrada como uma irmã amorosa com um coração caloroso, cuidando de seu irmão. Mas tudo se resolve bem — após se tornar rica, Natalie deixa o marketing SMM monótono e abre uma escola de kung fu. Henry se torna um «mestre criativo», combinando estudos, programação de videogames e montagem de máquinas de arcade.
Durante a exibição, os espectadores não têm tempo para ficar entediados porque algo está constantemente acontecendo na tela: os heróis lamentam a perda de seu mundo natal, depois lutam contra creepers e zumbis, encontram Steve, enfrentam uma nova ameaça — piglins — e assim por diante a cada cinco minutos. A cada dez minutos há uma reviravolta acentuada, criando uma sensação de movimento sem fim. Importante, apesar desse ritmo, o filme não desce a um caos; o diretor e os roteiristas de alguma forma mantiveram o equilíbrio: o ritmo entre situação, reações dos personagens, diálogos e ação é bem mantido.
É bom que eles tenham considerado espectadores que nunca jogaram Minecraft. Mecânicas de jogo, biomas, criação e inimigos são explicados logicamente. Se o espectador é um gamer — referências profundas os aguardam.
Além disso, Minecraft: O filme não tenta parecer uma obra séria; pelo contrário, cada cena é impregnada de humor e situações cômicas. Sem ameaças, ressentimentos, conflitos em tons elevados ou confrontos ao estilo gangster. Até mesmo a batalha final entre Steve e a rainha piglin Malgosha se assemelha ao clímax de um desenho animado infantil. Técnicas clássicas de tais filmes estão presentes: «gritar mais alto em qualquer situação confusa» ou cenas onde os heróis discutem a dificuldade de crescer e como foi boa a infância deles.
The most significant drawback of the film?
Participar da pesquisaTalvez um filme assim seja exatamente o que é necessário na primavera: leve, bondoso, discreto, sem catástrofes globais e super-heróis pomposos.
Contra outras grandes estreias deste ano — quando o novo Capitão América se revelou um drama de super-herói vago, e a nova Branca de Neve provou ser um fracasso — Minecraft: The Movie tem todas as chances de se recuperar e atrair espectadores. Com sua aventura brilhante e divertida em um mundo familiar de blocos, cumpre sua função de entretenimento.
Vale a pena notar que esta é mais uma tentativa de levar um universo de jogo para a tela grande, e é muito mais bem-sucedida do que a recente Borderlands. Com certeza trará prazer aos fãs e oferecerá a outros espectadores uma sessão leve e relaxante com pipoca.