
Assistimos ao novo Branca de Neve: Uma impressionante demonstração visual da palavra «mediocre»

Longo antes de seu lançamento, Branca de Neve (2025) se tornou um dos filmes mais criticados online. Agora que está em ampla exibição, podemos avaliá-lo. A Disney criou algo digno da atenção dos espectadores, ou o pano de fundo negativo que cerca o filme era justificado? Vamos examinar!
A Conclusão
Devo esclarecer que antes de assistir Branca de Neve, fui ao cinema sem expectativas. Não acompanhei o filme e estava longe dos escândalos relacionados à sua produção, elenco e processo de filmagem. Não tenho reclamações sobre Rachel Zegler, que interpreta o papel principal, não ser "branca como a neve." Ou sobre qual lado a atriz Gal Gadot, que faz o papel da vilã, apoiou no conflito árabe-israelense. Sou indiferente à porcentagem de personagens negros ou asiáticos. Mas estava certamente convencido de que a internet estava fazendo muito barulho por nada, e que esse hype insalubre estava sendo amplificado apenas por blogueiros tentando aumentar seu público.
Surpreendentemente, após assistir, minhas impressões até superaram ligeiramente o nível do chão. Minha conclusão é a seguinte: se você tem crianças em idade pré-escolar e tempo extra, certamente pode mostrar a elas esta impressionante demonstração do significado da palavra "mediocre." Sim, olhando para isso de forma imparcial, o filme não é tão terrível quanto as pessoas dizem — é simplesmente um filme sem inspiração, desprovido de ideias coerentes e incapaz de agradar os espectadores. Havia muitos profissionais envolvidos que todos queriam fazer o seu melhor. Eles apenas não sabiam como.
Branca de Neve sofre de direção extremamente pobre, CGI terrível, um enredo desprovido de qualquer significado e atores que não se esforçaram adequadamente para desenvolver seus personagens. Agregadores de críticas refletem perfeitamente a opinião geral: a classificação do IMDb alcançou um "recorde" 1.6 de 10, e para muitos, a nova Branca de Neve se tornou sinônimo da degradação do Hollywood moderno. Poderíamos também despedaçá-lo, mas... por que se incomodar?
Um Conto de Beleza e Poder
Agora para uma análise detalhada para aqueles que gostam de ler.
A história original é baseada na ideia de poder através da beleza. A Rainha é obcecada por sua aparência como uma fonte de controle e admiração pública. Com o tempo, o espelho, que substituiu a opinião pública, desperta nela ciúmes da juventude de Branca de Neve, tornando-se o catalisador para os eventos subsequentes. Enquanto isso, a própria Branca de Neve não está ciente da existência do conflito, não luta por poder, beleza ou pelo trono — ela simplesmente vive, mostrando bondade e cuidado pelos outros. Sim, ela tem que suportar dificuldades, mas encontra amigos, apoio e descobre a si mesma.
Apesar de sua embalagem simples pelos padrões de hoje, a Branca de Neve de 1937 explica claramente uma ideia importante: bondade une as pessoas (e até mesmo criaturas de contos de fadas), enquanto a raiva e o ciúme levam à destruição. A tragédia de uma mulher que não consegue aceitar a inevitabilidade do envelhecimento é facilmente traçada. Em seu mundo, a perda da juventude significa não apenas o desvanecimento da beleza, mas também a perda de poder e influência — assim, caindo do trono e, em última análise, perecendo. Ao tentar prevenir isso, a Rainha apenas acelera sua queda.
Caos Ideológico
Preciso dizer que a nova versão perdeu completamente todos esses significados? Na era dos clipes de três segundos, isso pode ser aceitável, mas o que é decepcionante é como isso aconteceu. Enquanto assistia, você se pega pensando que os roteiristas nem mesmo entenderam as ideias centrais embutidas no original! Eles modernizaram o conto de fadas pegando tendências populares e organizando-as em cenas como comida em um buffet.
Aqui, o casal real dança com os plebeus, insinuando a importância da unidade entre poder e sociedade. Não há pobres ou plebeus aqui porque um forte estado social foi construído. Os anões trabalham em um horário rigoroso das nove às seis — o reino já tem um código trabalhista? O Rei e a Rainha explicam sem embelezamento que a princesa está destinada a ser "forte, corajosa, ser ela mesma", sem estereótipos de gênero!
Se na animação Branca de Neve de '37, a história se desenrolava em um vácuo condicional, quase de conto de fadas, fora dos contextos sociais e da vontade do povo, a nova versão se encaixa deliberadamente de forma desajeitada na narrativa em um mundo mais tangível. Há sociedade, figurantes de camponeses e artesãos, guardas por toda parte — mas tudo isso é necessário apenas para demonstrar uma mensagem social ou outra.
Mostra como as pessoas sofrem sob a opressão da malvada Rainha, que explora recursos naturais e humanos em nome do capitalismo insaciável, da glória pessoal e da riqueza. O povo, no final, apoia Branca de Neve em seu desejo por mudanças em favor de uma maior justiça social. Os anões? O clímax ocorre sem a participação deles. Já foi dito o suficiente.
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Falhas Estruturais
Um bom cinema não se dispersa em dezenas de ideias. Em vez disso, foca em um ou dois temas principais que são consistentemente explicados ao longo da história. Os roteiristas da nova Branca de Neve, no entanto, agarram tudo de uma vez, acumulando tendências e motivos sem desenvolver nenhum deles. Como resultado, desde os primeiros minutos, o filme perde sua integridade e se transforma em um conjunto de cenas desconectadas sem um fio condutor comum.
No entanto, os autores tinham opções para um desenvolvimento produtivo da história na direção desejada. A aceitação da idade pela Rainha, o crescimento da Branca de Neve, o medo das mudanças inevitáveis, o reconhecimento das tradições e normas do seu povo — não é essa uma camada poderosa da trama?
Se você quiser adicionar política — insira profundamente na trama a ideia da inevitabilidade das transformações políticas. A Rainha pode se agarrar ao poder o quanto quiser, mas não pode levá-lo consigo para o túmulo. No entanto, destruir o povo junto com ela mesma é bem possível. Não é essa uma ameaça digna do confronto entre Branca de Neve e os sete anões?
Se um diretor sabe como estruturar adequadamente uma narrativa, ele segue várias regras simples, mas importantes: os personagens têm tempo suficiente de tela para se desenvolver, os conflitos evoluem gradualmente, a tensão dramática aumenta e a estrutura da história permanece clara e consistente. Infelizmente, a nova Branca de Neve da Disney não segue esse equilíbrio, e o nível de produção está abaixo da média: a trama salta, o ritmo está desajustado e os personagens não passam por um caminho de desenvolvimento.
Todas as cenas estão excessivamente polidas, nada se destaca como memorável. O design artístico está simplesmente lá, nem ruim nem impressionante. Os gráficos sofrem porque os artistas não conseguiram nem desenhar adequadamente os anões, e a direção sofre de uma incapacidade de construir drama, pensar nas cenas e guiar os atores. Alguns elementos de terror podem assustar pré-escolares no cinema, mas ninguém mais velho. É assustador imaginar como o filme parecia nas exibições de teste, após as quais voltou para refilmagens.
Atuação e Decisões Estranhas
O personagem principal em um bom filme deve mudar, evoluir. Mas por que se preocupar com isso aqui? O Rei e a Rainha explicam imediatamente à filha que ela precisa ser forte, independente e pronta para a liderança. No entanto, muitos esperavam que os criadores preservassem as principais características da Branca de Neve — sua natureza carinhosa, bondade, suavidade — e permitissem que ela aprendesse gradualmente a entender o mundo ao seu redor, respeitasse as tradições sem perder seu desejo de mudança.
Em vez disso, o filme preenche a tela com símbolos e temas para corresponder às expectativas culturais e sociais modernas do público, embora nunca mostre como a heroína chegou ao seu estado final. Não há luta, nenhum conflito interno, nenhuma resistência — ela simplesmente se encontra pronta para o confronto final. Com um estalar de dedos.
Após assistir, fiquei com uma impressão vaga de quem é a Rainha, por que ela é perigosa, qual é a relação dela com a Branca de Neve e qual caminho a heroína tomou até o final. Tudo é apresentado da forma mais superficial possível, como se os roteiristas nem tivessem pensado nessas questões.
Rachel Zegler como Branca de Neve não evoca emoções particulares — durante a maior parte do filme, ela faz discursos pomposos ou reclama da vida. Gal Gadot não conseguiu interpretar o papel da Rainha — sua atuação é medíocre e sem gosto. Um antagonista da Disney deve ser brilhante e carismático, mas essa Rainha não inspira medo algum. Todos dizem que ela é a encarnação do mal, mas ao longo do filme, ela apenas faz ameaças pouco convincentes.
O papel dos anões no novo filme é puramente funcional: dar abrigo à heroína, fortalecer seu caráter, lamentar sua passagem. Sem desenvolvimento de personagem, apenas solteiros solitários retratados como desajeitados incapazes de criar ordem sem uma forte vontade feminina. No desenho de 1937, cada anão recebeu mais atenção, suas personalidades foram cuidadosamente elaboradas. E eu nem quero comentar sobre como esses anões em CGI parecem artificiais e desajeitados. A decisão de não usar atores com nanismo em um filme como este é uma das mais não profissionais.
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A tentativa de reviver uma história familiar introduzindo "personagens extras" — referindo-se a sete bandidos liderados pelo príncipe-bandido Jonathan — apenas destacou a falta de uma visão clara e um roteiro bem pensado. Inicialmente, eles deveriam substituir aqueles anões, mas depois a Disney abandonou a ideia e trouxe de volta os anões, mantendo o material já filmado com a gangue de tolos em dois episódios.
Embora o líder aqui desempenhe o papel do príncipe que encontrará Branca de Neve antes do final, ele acabou sendo um quinto elemento, que não desempenha um papel significativo na trama global, mas sem ele, a trama não avança. Isso sem mencionar a cena em que a gangue de ladrões se une aos anões e a Branca de Neve, criando uma atmosfera idílica de idiotice clínica.
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A Branca de Neve original foi criada com a intenção não apenas para crianças, mas também para um público adulto — abordou temas sérios, criou drama, intensificou o medo e deu esperança. Não há nada disso no novo filme. Em todos os aspectos-chave do gênero — roteiro, locações, gráficos, cinematografia, direção — este é um filme fracassado. Um fracasso mesmo sem escândalos na internet.