Exatamente dez anos atrás, Bloodborne foi lançado para PlayStation 4 — um dos jogos mais paradoxais da memória recente. Por um lado, Bloodborne desfruta de um status de culto inegável: ele frequentemente aparece nas listas dos melhores jogos, muitas vezes entre os dez primeiros. Os fãs o chamam não apenas de exclusivo definitivo do PlayStation, mas até mesmo do jogo mais importante de todos os tempos. Por outro lado, apesar desse amor generalizado, a Sony ignora teimosamente a existência de Bloodborne, recusando-se a lançar até mesmo um patch básico de desempenho para PS5, quanto mais um remaster. Isso, junto com o próprio jogo, é o assunto do artigo de hoje.
Não são apenas milhares de gamers que professam um profundo amor por Bloodborne — o diretor do projeto, Hidetaka Miyazaki, também o fez. Em várias ocasiões, o renomado designer de jogos afirmou que, de todas as suas obras, Bloodborne foi a mais agradável de desenvolver. Dito isso, a ideia original de criar um exclusivo para PlayStation 4 não veio dele ou de qualquer pessoa da FromSoftware — veio da Sony.
Após o sucesso inesperado de Demon's Souls — uma surpresa até para seus próprios criadores — representantes da Sony, incluindo Shuhei Yoshida, queriam continuar trabalhando com a FromSoftware. Eles propuseram um novo jogo para o próximo PlayStation 4, em colaboração com o Japan Studio, uma das equipes internas da Sony. O plano era que o Japan Studio ajudasse a adaptar o motor de Demon’s Souls para o hardware da próxima geração.
Miyazaki e sua equipe concordaram com o acordo e começaram a trabalhar no conceito de um novo projeto, codinome Project Beast. Hidetaka Miyazaki infundiu o jogo com temas e ideias que o assombravam há anos. O resultado foi um jogo que incorporou perfeitamente sua visão de fantasia sombria.
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Participar da pesquisaPergunte a qualquer fã de Bloodborne por que eles amam o jogo, e as chances são de que a primeira resposta será: “a atmosfera.” Faz sentido — Bloodborne é um RPG de ação com uma vibração única, moldada em grande parte por seu cenário incomum.
O jogo se inspira igualmente no horror gótico — pense em Drácula de Bram Stoker ou no filme francês Irmandade do Lobo (Le Pacte des Loups) — e no horror cósmico, particularmente nas obras de H. P. Lovecraft e no mangá Berserk de Kentaro Miura.
Bloodborne começa como um conto de horror vitoriano. Um protagonista bem vestido caça lobisomens na cidade fictícia de Yharnam, que se assemelha fortemente a Edimburgo ou Praga. Além dos lobisomens, a primeira metade do jogo apresenta outros pesadelos góticos — bruxas, gárgulas e vampiros. Mas à medida que o jogador avança, a experiência se torna cada vez mais surreal.
Na segunda metade, Bloodborne abandona a máscara completamente. It turns out the player is in a Lovecraftian tale of cosmic gods whose motives defy human comprehension. Now you’re fighting literal aliens and traveling through alternate dimensions. The Insight stat becomes especially important — once it’s high enough, the character begins to see the world as it truly is. That’s when you realize the terrifying Great Ones have been watching from rooftops all along — you just didn’t have the perception to notice.
A mudança repentina de Stoker para Lovecraft é tanto brilhante quanto inesperada. Isso especialmente surpreendeu aqueles que jogaram Bloodborne no lançamento, já que nenhum dos materiais promocionais insinuava os elementos de horror cósmico.
Bloodborne cativa não apenas como um jogo, mas como uma narrativa intrincada. A história está repleta de simbolismo, subtexto e temas abstratos — tanto que ninguém pode afirmar com certeza o que realmente está acontecendo em Yharnam. Embora essa ambiguidade possa frustrar alguns, muitos fãs encontram imensa alegria em dissecar a complexa lore do jogo. Online, você encontrará tudo, desde vídeos de várias horas até dissertações de centenas de páginas analisando isso.
Mergulhar em Bloodborne frequentemente leva você a buracos fascinantes — desde práticas médicas do século 19 até o conceito de teoria de seleção r/K, que ajuda a explicar os motivos dos deuses cósmicos.
Além de Sekiro: Shadows Die Twice, Bloodborne é o soulslike mais acelerado no catálogo da FromSoftware. O tema do jogo sobre raiva bestial é refletido diretamente em sua jogabilidade.
Ao contrário dos títulos anteriores do estúdio, Bloodborne força os jogadores a abandonarem escudos (sim, eles existem, mas são quase inúteis em combate corpo a corpo) e defesa passiva. Em vez disso, incentiva a depender dos reflexos — esquivando-se no momento certo e parando ataques com armas de fogo. O jogo até recompensa a agressão: receba dano e contra-ataque rapidamente, e você recuperará parte da saúde perdida.
Transformar armas não apenas se encaixa perfeitamente no tema do jogo, mas também reinventa as mecânicas de combate. É incrivelmente divertido eliminar monstros usando dispositivos bizarros — como uma espada que se transforma em um grande arco ou uma lâmina que se divide em adagas duplas. Cada arma também tem um ataque de transformação especial — não apenas uma animação chamativa, mas um movimento útil por si só.
Em termos de atmosfera, ambientação, lore, design de níveis e mecânicas principais, Bloodborne ainda se mantém firme contra os títulos mais novos da FromSoftware. No entanto, isso não significa que um jogador moderno — especialmente alguém que jogou Elden Ring — não notará a idade do jogo. Infelizmente, há muitas arestas ásperas.
O maior problema é o desempenho técnico. Mesmo no PS5, o jogo roda a no máximo 1080p e 30 FPS — uma tragédia para um jogo de ação tão acelerado.
Bloodborne também sofre de peculiaridades de design que os jogos mais novos da FromSoftware já corrigiram. Por exemplo, o transporte rápido só é possível através do hub, adicionando telas de carregamento desnecessárias. Itens de cura e balas não se reabastecem automaticamente, então você precisa coletá-los ou gerenciá-los manualmente. E por que ainda não há um botão de pulo dedicado?
Todos esses problemas poderiam ser resolvidos com um remake ou remasterização. Na verdade, até mesmo um simples patch poderia melhorar a resolução e os FPS. Mas desde que o primeiro e único DLC foi lançado, a Sony ignorou completamente Bloodborne.
Por quê? Ninguém sabe. Você pode ler várias teorias e os supostos planos da Sony em este artigo separado. Por enquanto, vale a pena notar que não há sinal de um remaster para PS5 ou um port oficial para PC no horizonte.
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Apesar de suas deficiências técnicas, Bloodborne continua sendo imperdível. É o melhor jogo da FromSoftware? Isso depende do gosto pessoal, mas o jogo é inegavelmente único.
Se você possui um PS4 ou PS5 e ainda não jogou o clássico cult de Miyazaki, agora é o momento perfeito para se atualizar. O evento “Retorno a Yharnam” está começando — uma tradição anual onde os jogadores revisitarem Bloodborne e os servidores do jogo ganham vida novamente.
E você? Já jogou Bloodborne? Compartilhe seus pensamentos nos comentários.
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