Estudo Revela que Redes de Satélites Transmitem Dados Sem Criptografia, Facilitando a Interceptação

Um novo estudo destacou o quão vulnerável é a transmissão de dados por meio de satélites geoestacionários. Usando equipamentos comuns disponíveis para qualquer pessoa, pesquisadores dos EUA conseguiram interceptar uma enorme quantidade de informações que estavam sendo transmitidas de forma clara.

Ao longo de três anos, uma equipe da Universidade de San Diego coletou sinais de dezenas de satélites usando apenas uma antena parabólica padrão e um receptor—um conjunto com um custo total de cerca de $800. Isso não exigiu nenhum tipo de hacking ou interferência na operação dos satélites; o processo foi totalmente passivo, significando que os pesquisadores estavam simplesmente ouvindo as transmissões dos satélites.

O que eles descobriram foi um fluxo de dados que se supunha ser confidencial. As informações interceptadas incluíam mensagens SMS pessoais e chamadas de voz de um grande provedor de telecomunicações, tráfego de internet de passageiros de companhias aéreas e dados operacionais de empresas de energia e oleodutos. Notavelmente, os pesquisadores também interceptaram comunicações militares e de aplicação da lei que revelaram a localização de pessoal e ativos.

Os pesquisadores explicam que o problema central é a falta de criptografia no nível do link do satélite. Muitas empresas e organizações, particularmente em regiões remotas, usam esses canais para transmitir dados sob a falsa suposição de que são seguros por padrão. Na realidade, um único sinal de satélite pode cobrir até 40% da superfície da Terra, tornando as informações acessíveis a qualquer um com o equipamento certo.

Após essas descobertas, apenas um punhado das organizações afetadas implementou criptografia. Especialistas alertam que, em uma escala global, a situação permanece em grande parte inalterada.

Para o usuário médio, o conselho é simples: não confie na segurança de redes abertas. Usar VPNs para tráfego de internet e criptografia de ponta a ponta para chamadas e mensagens pode mitigar o risco. Para as organizações, no entanto, a conclusão é clara: qualquer dado enviado via satélite deve ser criptografado em todos os níveis, tratando o canal de comunicação como inerentemente inseguro e público.