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YouTube Usa IA para Editar Vídeos Sem o Conhecimento dos Criadores

Arkadiy Andrienko
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Criadores do YouTube têm encontrado alterações bizarras em seus vídeos, notando que em alguns clipes já publicados, pessoas e objetos ocasionalmente aparecem de forma não natural: rugas nas roupas são excessivamente enfatizadas, a pele adquire uma textura plástica e a forma das orelhas pode mudar no meio do vídeo.

O músico Rick Beato foi um dos primeiros a notar o problema, inicialmente descartando-o como fruto de sua imaginação. No entanto, uma inspeção mais detalhada das filmagens confirmou que as mudanças eram reais. Seu colega, o YouTuber Rhett Shull, relatou problemas semelhantes em seus próprios vídeos, afirmando que o processamento não autorizado confere ao conteúdo uma aparência distinta e pouco atraente de "artificial" que pode minar seriamente a confiança dos espectadores.

Uma investigação revelou que a fonte das alterações era a própria plataforma. O YouTube havia iniciado um teste usando tecnologias de aprendizado de máquina para processar vídeos Shorts. Um porta-voz da empresa afirmou que o objetivo do processamento era melhorar a nitidez, reduzir o ruído e corrigir o desfoque — semelhante a como funcionam as câmeras modernas de smartphones.

A questão principal é que esse processamento foi feito sem notificar ou obter consentimento dos criadores de conteúdo. Isso gerou uma onda de críticas nas redes sociais. Os usuários estão indignados por não terem controle sobre a aparência final de seu produto. Muitos apontaram que em seus telefones, eles escolhem se querem usar tais filtros, enquanto o YouTube tomou essa decisão por eles.

O aprendizado de máquina é um subconjunto da inteligência artificial, e o uso secreto de tais tecnologias por uma grande plataforma confunde a linha entre a realidade e a alteração digital, potencialmente prejudicando a confiança no conteúdo online como um todo. Após inúmeras reclamações desde junho, o YouTube confirmou que estava realizando um experimento de processamento de vídeo. A empresa prometeu levar em conta o feedback dos criadores para qualquer desenvolvimento futuro de tais recursos. No entanto, este incidente já levantou uma questão crítica para a indústria sobre a ética de implantar secretamente a tecnologia de IA.

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