Gigantes dos jogos Take-Two Interactive e Electronic Arts agora enfrentam um obstáculo inesperado, como notado em relatórios recentes para investidores: a feroz resistência dos jogadores à integração de IA. Em vez de celebrar a inovação, as comunidades estão criticando a tecnologia como uma ameaça à qualidade do conteúdo, empregos e até mesmo ao meio ambiente.
Os registros da SEC da Take-Two alertam explicitamente que a adoção de IA pode desencadear “riscos reputacionais” devido a debates éticos e reações públicas. A Electronic Arts também pediu cautela, reconhecendo que erros com a tecnologia podem minar a confiança do consumidor.
A indignação dos jogadores já está causando repercussão. Uma tentativa recente em Fortnite de replicar a voz de Darth Vader usando IA treinada com gravações do falecido ator James Earl Jones gerou críticas generalizadas. A Sony enfrentou fúria semelhante após publicar um anúncio de emprego buscando artistas habilidosos em ferramentas de IA. Mesmo ativos gerados por IA menores, como texturas de fundo, atraem ira se parecerem “artificiais.”
Os fãs argumentam que os jogos prosperam em sua essência “humana” — diálogos, histórias e design de níveis são vistos como um diálogo entre criadores e jogadores. Substituir desenvolvedores por algoritmos, afirmam, drena os projetos de sua alma. Críticos também alertam sobre possíveis demissões na indústria e o custo ambiental dos servidores de treinamento de IA que consomem muita energia.
A reação é semelhante ao fiasco dos NFTs de 2022–2023, quando a Ubisoft e outros enfrentaram boicotes dos jogadores devido a experimentos com blockchain. Agora, apesar da utilidade comprovada da IA em outros lugares, os jogos correm o risco de repetir a história. Analistas observam que, com o crescimento da indústria desacelerado e orçamentos AAA inflacionados, os estúdios não podem se dar ao luxo de escândalos — uma controvérsia sobre ativos “roubados” ou conteúdo robótico poderia arruinar um lançamento.
Enquanto alguns estúdios testam os limites da IA, outros se aprofundam no artesanato. O sucesso de Baldur’s Gate 3, elogiado por seus detalhes meticulosamente elaborados à mão, destaca o que os algoritmos têm dificuldade em replicar. Por enquanto, a IA continua sendo um campo minado reputacional — teoricamente promissora, mas tóxica na prática.