
MUSA vs CUDA: A China Constrói Seu Próprio Ecossistema de GPU

Moore Threads lançou uma versão atualizada de seu SDK MUSA — uma plataforma de software projetada para computação em GPU. A medida faz parte do impulso mais amplo da China para desenvolver tecnologia autossuficiente em meio a proibições de exportação dos EUA sobre chips de alta qualidade, ferramentas de fabricação de semicondutores e memória HBM.
Posicionado como uma alternativa nacional ao CUDA da NVIDIA, o SDK MUSA suporta tanto as GPUs da série MTT da Moore Threads quanto CPUs da Intel, rodando em Ubuntu e Kylin OS. A plataforma inclui um compilador, bibliotecas para aprendizado de máquina e operações matemáticas, além de um conjunto de ferramentas de depuração. Um ênfase especial é dada à compatibilidade com projetos existentes em CUDA — a ferramenta Musify incluída converte automaticamente o código CUDA para rodar na arquitetura MUSA.
O site do desenvolvedor apresenta projetos de demonstração que mostram geração de imagens por redes neurais, modelagem de rostos em 3D e processamento de áudio. Alguns desses exemplos rodam na GPU MTT S3000 de nível servidor, destacando o objetivo da plataforma não apenas para pesquisa, mas também para uso industrial no mundo real.
Analistas dizem que o MUSA ainda fica atrás do CUDA em termos de otimização e suporte ao desenvolvedor, mas sua evolução pode satisfazer as necessidades do mercado local — especialmente para operações pequenas e médias. A longo prazo, o sucesso do ecossistema dependerá do desempenho das GPUs chinesas e da contínua expansão das capacidades do SDK.
Outras alternativas ao CUDA, como o ROCm da AMD, também enfrentaram dificuldades devido ao suporte limitado de hardware. A Moore Threads está apostando em um ecossistema rigidamente controlado — uma estratégia que pode aumentar a compatibilidade com a tecnologia doméstica, mas que também pode limitar a adoção fora da China.