Durante a conferência GTC 2025 em San Jose, o CEO da NVIDIA, Jensen Huang, revelou detalhes da estratégia tecnológica da empresa, que combina inovação em semicondutores com o desenvolvimento de uma infraestrutura robusta de IA. Segundo Huang, a transição para transistores gate-all-around (GAA) nos próximos chips Feynman — esperados para 2028 — aumentará o desempenho em até 20%. No entanto, a empresa está colocando ênfase nas soluções arquitetônicas e de software, em vez de apenas correr para adotar os mais recentes processos de fabricação.
Huang observou que a era de avanços revolucionários em litografia está chegando ao fim. Mesmo a mudança para os promissores nós de 2 nm com transistores GAA, conforme estimado pela TSMC, deve oferecer apenas uma melhoria de 10 a 15% no desempenho. No entanto, a NVIDIA — tradicionalmente cautelosa em relação a tecnologias "brutas" — planeja usar versões otimizadas, como N2P ou A16 com entrega de energia reversa. Huang acredita que essa abordagem alcançará o ganho de 20% reivindicado, reduzindo a resistência e estabilizando o consumo de energia.
Huang deixou claro que a NVIDIA não se vê mais como um fabricante tradicional de semicondutores. Em vez disso, a empresa está construindo uma infraestrutura abrangente de IA que abrange algoritmos para visão computacional, robótica e até mesmo design de chips. Um exemplo dessa estratégia são as próximas plataformas Rubin (previstas para 2026) no processo de 3 nm N3P, que integrarão a GPU Vera e uma CPU em uma arquitetura unificada para data centers. No entanto, como Huang aponta, seu pleno potencial só será realizado quando combinado com estruturas proprietárias como CUDA e Omniverse.
A expectativa em torno da tecnologia GAA é bem fundamentada, uma vez que esses transistores são realmente capazes de proporcionar um aumento de desempenho. Nos transistores GAA, o gate envolve completamente o canal condutor, minimizando vazamentos e aprimorando o controle. Analistas observam que as declarações de Huang refletem uma tendência mais ampla da indústria: mudar o foco de simplesmente aumentar as velocidades de clock para otimizar a eficiência energética e a escalabilidade. Com a expansão dos clusters de IA, até mesmo um aumento de 20% no nível do chip poderia potencialmente dobrar o desempenho do data center — desde que a integração seja feita de forma inteligente.