Hoje, o Steam é uma plataforma de jogos para PC tão popular que enfrentou processos judiciais por alegações de monopólio. Mas por 20 anos, quase ninguém acreditava que alguém precisaria do serviço.
Em um documentário recente dedicado ao 20º aniversário de Half-Life 2, o CEO da empresa, Gabe Newell, falou um pouco sobre os primeiros passos no desenvolvimento do serviço. Inicialmente, a Valve pretendia usá-lo simplesmente para enviar atualizações de jogos, não para distribuí-los. No entanto, em algum momento, os desenvolvedores decidiram que dessa forma poderiam baixar jogos inteiros.
A primeira amostra de teste foi o próprio Half-Life 2, que exigia o cliente Steam para instalação. A decisão foi controversa — muitos jogadores não estavam felizes com essa condição. Mas, no final, Gabe Newell a defendeu contra o resto da equipe. No entanto, muitas empresas não acreditavam no futuro do Steam e se recusaram a fornecer cópias de jogos:
Eu não acho que as pessoas entendam quantas vezes nós íamos até as pessoas e dizíamos: «Não, você poderá distribuir software pela internet» e as pessoas diziam: «Não, isso nunca vai acontecer». Não estou falando de uma ou duas pessoas. Quero dizer, cerca de 99% das empresas com as quais conversamos disseram «Isso nunca vai acontecer. Sua força de vendas no varejo nunca deixará isso acontecer». Mas também as pessoas diziam: «Os usuários não vão querer isso... as pessoas querem cópias físicas». Havia tantos argumentos de má-fé sendo feitos. Vendas no varejo não são o objetivo, certo. Na verdade, é um impedimento, é alguém que se coloca entre você e o cliente.
No final, a estratégia da Valve funcionou, e com o tempo, o Steam cresceu e se tornou o melhor lugar para jogos de PC como conhecemos hoje.
A Valve recentemente perdeu um de seus veteranos — o designer Greg Coomer, cuja imagem foi usada para o modelo de Gordon Freeman, saiu da empresa e rumores indicam que ele está se juntando à Microsoft. Enquanto isso, ativistas nos EUA acusaram o Steam de distribuir «conteúdo extremista».