Fãs de jogos de estratégia para computador estão bem familiarizados com a série Total War. E quando Total War: Rome 2 foi anunciado, não apenas eles, mas toda a comunidade gamer ficou empolgada. Afinal, reimaginar o original Rome: Total War foi uma tarefa desafiadora, e as expectativas para o novo jogo eram muito altas. Então, o que os desenvolvedores da The Creative Assembly conseguiram alcançar? Leia sobre isso em nossa análise!
Desde os primeiros minutos até o final, Total War: Rome 2 mergulha completamente o jogador em um mundo de cidades antigas e legionários imponentes. Um prólogo interessante e envolvente é apenas o começo; à frente aguarda uma longa e desafiadora campanha para um jogador, seguida por muitas outras aventuras prometidas pelos desenvolvedores.
No entanto, não importa qual civilização você escolha para conquistar o mundo, você não consegue se livrar da sensação de déjà vu, como se já tivéssemos visto tudo isso em Rome: Total War. Na sequência, os desenvolvedores realmente se esforçaram, mas, como costuma acontecer, o jogo ainda precisa de alguns ajustes.
Será que a The Creative Assembly conseguiu manter seu padrão de qualidade?
Mais sim do que não. Tanto os pequenos detalhes da jogabilidade quanto seus componentes maiores foram significativamente aprimorados. Talvez valha a pena começar pelo fato de que o mapa do jogo é simplesmente colossal em tamanho. E embora haja um pouco menos de cidades, isso é pouco perceptível—o jogo é tão vasto.
O desenvolvimento do sistema regional também se mostrou uma decisão muito bem-sucedida. Você levará algum tempo para dominar todas as nuances de trabalhar com essa nova unidade territorial, mas uma vez que você tenha passado por essa fase intermediária, você apreciará o quão poderosa é essa solução.
O sistema de diplomacia também é satisfatório. Ele tomou emprestadas ideias de Civilization, permitindo que você negocie uma série de questões, além de oferecer seus próprios termos, recompensas monetárias ou recursos. Os agentes também desempenham um papel muito mais importante. Primeiro, eles reforçam sua autoridade nas províncias conquistadas e trabalham para conquistar a lealdade da população; segundo, eles eliminam agentes e líderes inimigos. Todas essas funções têm um custo considerável, então você precisa escolher cuidadosamente entre as opções disponíveis. Se uma operação falhar, você não receberá seu dinheiro de volta, e seu agente pode ser capturado ou morto.
A interface no mapa tático também se mostrou muito conveniente. Não importa quão incomuns possam parecer os ícones das unidades, pela primeira vez você pode obter informações tão detalhadas sobre cada unidade de combate, dar rapidamente a ordem necessária ou usar uma habilidade especial. Como tudo é feito em um estilo minimalista, você não deve ter problemas.
Como a prática mostrou, é mais conveniente controlar 40 unidades você mesmo do que alternar entre exércitos de 20 unidades cada. Mapas grandes apenas contribuem para isso: com a ajuda deles, você pode facilmente combinar dois exércitos em uma armada e lançar um “zerg rush” contra o inimigo. Mas talvez a melhoria mais impressionante seja a tradição da legião e o sistema de nivelamento de generais.
Agora você decide quais habilidades e bônus todos os seus legionários receberão. Unidades de infantaria pesada podem obter um impulso significativo no combate corpo a corpo, enquanto tropas de apoio e cavalaria podem ganhar bônus na recuperação de unidades ou dano. Só agora seus soldados podem realmente ser chamados de veteranos endurecidos em batalha, testados pelo tempo e pelas dificuldades da guerra. Além disso, o general— a figura chave no exército—recebe pontos de experiência por cada batalha, que podem ser alocados tanto a ele pessoalmente quanto a toda a legião.

O sistema de tecnologia também passou por uma série de mudanças. Os desenvolvedores agruparam as descobertas da antiguidade e tentaram entrelaçá-las na jogabilidade de tal forma que tenham um impacto definido. Por exemplo, não é suficiente apenas investir em poder militar—você também precisa prestar atenção a outros ramos de desenvolvimento, especialmente à ordem pública e ao avanço cultural. É melhor capturar uma cidade com uma cultura semelhante usando unidades fracas e não ter problemas, do que varrer cidades inimigas como um furacão de fogo e depois percorrer todo o mapa suprimindo levantes, porque a população local não está pronta para abraçar os benefícios da civilização romana.
Será que a Creative Assembly conseguiu lançar um jogo digno de ser chamado de melhor da série?
Mais para não do que para sim—pelo menos por enquanto. Pode-se afirmar que Total War: Rome 2 não evitou decisões de jogabilidade controversas e mudanças negativas. Por exemplo, as estações estão ausentes. Este recurso importante de toda a série foi removido, pois os desenvolvedores decidiram que muitos turnos impediam os jogadores de aproveitar o jogo.
Talvez a mudança de estações apareça em uma grande atualização, com um mod feito por fãs, ou em outra expansão paga, mas a sua ausência no jogo principal não faz justiça aos desenvolvedores. Em qualquer caso, essa simplificação significativa impede que você experimente verdadeiramente todas as dificuldades da vida de um soldado e de um comandante. O número de turnos também é limitado a trezentos—você não pode jogar além disso.
Também há problemas com a interface no mapa global, especificamente com a construção de edifícios. Os pictogramas que substituíram as imagens tradicionais dos edifícios não dão uma ideia real do que será realmente construído, então você precisa consultar os materiais de referência, e precisa ler não apenas a descrição do próprio edifício, mas também suas atualizações subsequentes. O problema é que as informações de referência estão disponíveis apenas online, então começar a jogar Total War: Rome 2 sem uma conexão com a internet é simplesmente inútil. Você precisará de ajuda em qualquer caso.
Jogabilidade Como É
Surpreendentemente, a jogabilidade em Total War: Rome 2 não sofreu grandes mudanças. Você poderia dizer que é a primeira parte original com uma série de excelentes melhorias. Queria comandar mais unidades? Vá em frente. Realizar um ataque naval? Sem problemas. Usar mais equipamentos no campo de batalha? Fique à vontade.
A inteligência artificial (IA) também viu melhorias significativas. Ela tenta flanquear usando cavalaria, leva em conta as características de unidades específicas (por exemplo, a falange é colocada na frente, com a infantaria cobrindo suas laterais), ocupa posições mais vantajosas e não joga mais seu general no meio da batalha.
O modo multiplayer é um pouco mais ambíguo. Em duelos, tudo depende do ping e do número de unidades de combate em seu exército. Em batalhas de facções aliadas, faz sentido se unir para derrubar um oponente primeiro e, em seguida, juntar forças para destruir o segundo. Por enquanto, não há táticas especiais para se gabar no multiplayer—números absolutos vencem o dia.
Otimização, Gráficos e Design de Localizações
Outro ponto positivo para Total War: Rome 2 é a boa otimização. Claro, está longe de ser perfeita, mas ao contrário de Total War: Shogun 2 e especialmente Empire: Total War, o jogo não apresenta lag e funciona de forma bastante decente mesmo em computadores de médio porte.
O jogo também conta com bons gráficos, que não apenas agradam com excelente iluminação e efeitos, mas também com inimigos bem animados em combate. E apenas olhe para os edifícios deslumbrantes nas grandes cidades! É aqui que o trabalho dos artistas realmente brilha.
O sistema responsável pela geração de localizações também recebeu melhorias significativas. Enquanto a maioria dos mapas no original era perfeitamente plana, em Total War: Rome 2 eles se tornaram muito mais acidentados, e as localizações montanhosas agora estão cheias de ondulações e terrenos irregulares.
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Total War: Rome 2 deu um passo à frente principalmente como um jogo de estratégia grandiosa. Agora não é suficiente apenas construir tudo indiscriminadamente—você deve estudar cuidadosamente a economia e os recursos de uma região para construir edifícios verdadeiramente úteis. A divisão das cidades pelo tipo de unidades recrutáveis também foi mantida. Em uma cidade específica, você pode criar tropas principais ou auxiliares, mas dentro de uma única região você terá acesso a toda a gama de guerreiros.
É importante verificar a janela de diplomacia de tempos em tempos e acompanhar os principais eventos políticos no mundo. Você pode notar um vizinho enfraquecido por guerras, que você pode derrotar rapidamente ou ajudar, permitindo que você esqueça as fronteiras problemáticas por um tempo.
Quanto à parte tática, ela não perdeu as características que a tornam tão semelhante ao Rome: Total War original. É seguro dizer que os desenvolvedores poliram a jogabilidade clássica até brilhar e até expandiram o jogo com novas unidades e soluções de design interessantes. Como resultado, a sequência tem quase tudo o que precisa para ser chamada de a melhor entrada na série.