Revisão do Novo Filme Jurassic World — O Renascimento Falhou em Atender às Expectativas de Revitalização?

Revisão do Novo Filme Jurassic World — O Renascimento Falhou em Atender às Expectativas de Revitalização?

Marat Usupov

On paper, tudo parecia um retorno triunfante: a música icônica, o logo do T-Rex, as promessas da Universal Studios de trazer Jurassic Park de volta às suas raízes. Rebirth foi comercializado como algo mais do que apenas uma sequência — como um evento. No entanto, a realidade provou ser mais mundana. Os críticos estavam divididos, o público também. Por que um filme sobre dinossauros com um orçamento decente não se tornou a maior estreia do verão? O filme em si é o culpado, ou simplesmente não conseguiu suportar o peso das expectativas inflacionadas dos espectadores? Vamos tentar descobrir na nossa análise!

Legado Sob Questionamento

Devemos pular direto para a análise do filme? Ha! De jeito nenhum. Em uma era de remakes, reboots e sequências, vale a pena esclarecer primeiro: o que exatamente estamos assistindo? Rebirth é um soft reboot feito dentro da franquia. A ação se desenrola cinco anos após os eventos de Dominion, mas o estúdio abandonou deliberadamente os antigos personagens. Sem rostos familiares, sem tentativas de "unir gerações" — em vez disso, novos heróis, novos conflitos, apresentação fresca.

No comando está um poderoso duo: o roteiro foi escrito por David Koepp — o mesmo que trabalhou nas duas primeiras partes da trilogia original, enquanto o diretor Gareth Edwards ocupa a cadeira de diretor. Ele prefere filmagens extensivas em locações deslumbrantes com CGI moderado — tudo para criar o efeito de um mundo real e tangível. Em teoria — fundamentos fortes. Na prática — de alguma forma, uma repetição de uma experiência não tão bem-sucedida. Afinal, Dominion também tentou ser uma sequência de legado — conectando Park com World, passando o bastão para novos heróis. O resultado foi... sem brilho. O serviço aos fãs diluído com caos na trama.

Objetivo: Blockbuster de Verão

Agora — ao ponto. Nos últimos anos, a franquia de dinossauros perdeu sua própria identidade. De uma história sobre ética científica, os riscos do progresso e a arrogância humana, transformou-se em uma série sobre mais um desastre com répteis clonados. As mecânicas se repetem, as emoções se tornam monótonas, a escala não salva. Para sair desse ciclo, Jurassic Park precisa ou voltar às suas raízes filosóficas ou — arriscar e encontrar uma nova ideia única.

Mas a Universal escolheu o caminho seguro: apelo global dos dinossauros, público em massa, movimentos comprovados, classificação PG-13. Parece que os criadores foram encurralados dentro do quadro de compromisso comercial. Rebirth é orientado para o mundo todo — daí o elenco diversificado, a ausência de referências culturais e subtextos profundos. A trama é maximamente universal: mercenários e tipos corporativos caçam três dinossauros únicos cujo DNA poderia salvar a humanidade de doenças cardíacas. Bilhões de dólares estão em jogo e grandes negócios não vão parar por nada. Sem dilemas morais, sem perguntas difíceis — mas com ação e vistas espetaculares.

A Principal Atração Funciona

Se deixarmos de lado as reclamações sobre a trama, Rebirth ganha com confiança em espetáculo. Os dinossauros, as principais estrelas da franquia, estão em seu lugar. Além disso — eles são apresentados de forma fresca, diversificada e com compreensão de gênero. O filme pode ser mentalmente dividido em três níveis: natureza, dinossauros e sua interação. E em cada um desses níveis, funciona sem falhas.

Todas as cenas com répteis antigos são construídas com imaginação — seja a observação pacífica de majestosos Titanossauros, encontros breves com Ankylossauros, ou ação em grande escala com o mutante D-Rex. Os criadores tentam não se repetir: as locações mudam, as configurações de ameaça se alteram, e os próprios dinossauros não agem de acordo com um padrão. Perseguição aquática, caça noturna, claustrofobia em dutos de ventilação — o diretor entende claramente como criar variedade.

A separação dos répteis por habitat funcionou bem: aquático, terrestre, aéreo — cada um com padrões comportamentais e apresentações visuais únicas. O grupo de heróis precisa encontrar abordagens para eles, estudar, improvisar, perder pessoas — isso não é apenas lutar contra um monstro, mas entrar em contato com uma criatura viva, embora não muito inteligente. Mas os mutantes — Mutadon (híbrido de velociraptor e pteranodon) e D-Rex (cruzamento grosseiro de tiranossauro com membros adicionais) — equilibram entre repulsa e pena. Você pode ver que isso é um produto de um experimento que deu errado.

A desvantagem de toda essa encenação é exatamente uma — a classificação limitada. Nenhuma cena atinge uma violência verdadeiramente chocante. Os dinossauros às vezes alcançam os humanos, mas despedaçá-los em close — desculpe, PG-13. Trabalhamos pela fórmula de 1925: som alto, muitos gritos, edição rápida, todos ficam assustados. E os infelizes sem nome já desapareceram sem deixar vestígios.

Do dinosaurs as spectacle still work — or not?

Resultados

Tecnologicamente — Um dos Melhores da Série

Se o aspecto visual é o primeiro contato, então a técnica de filmagem é sua base. E Rebirth não decepciona nesse aspecto. A edição é dinâmica, mas não histérica. A câmera permanece estável, as cenas têm espaço para "respirar", o ritmo mal diminui. A imagem não é apenas bonita, mas também significativa — cor, luz e foco são construídos para apoiar a narrativa e embelezar simultaneamente.

A melhor decisão aqui foi a escolha das locações. A fotografia principal ocorreu na Tailândia, onde reservas naturais (Khao Phanom Bencha, Ko Kradan, Ao Phang Nga) deram ao filme paisagens exuberantes e "prístinas" — florestas, cachoeiras, ilhas afundando em verde. Para as cenas aquáticas, o estúdio escolheu Malta com seus enormes reservatórios, garantindo cenas subaquáticas realistas, incluindo episódios perigosos com dinossauros predadores marinhos.

Edwards filmou deliberadamente o filme em película Kodak de 35mm com lentes anamórficas Panavision — não apenas por respeito ao original, mas pela textura que um sensor digital não pode fornecer. O grão leve torna o CGI menos plástico, adicionando o efeito de cinema vivo. Essa decisão é justificada: os dinossauros parecem convincentes precisamente porque se misturam com o fundo. Não há sensação de sobreposição, nenhum objeto recortado — tudo parece coeso.

Gráficos e efeitos práticos estão equilibrados: as cenas têm objetos vivos suficientes e magia digital, mas para o olho — não há um único erro. Mesmo nas tomadas mais carregadas, contrastes de luz, sombra e relevo são legíveis. O uso de drones, ângulos não convencionais, reflexos, composição em múltiplas camadas torna a imagem profunda e rica — assistir na tela grande é um prazer puro.

Respeito especial — para o som. O design de som de Rebirth é de qualidade; o rugido do D-Rex ou T-Rex não é apenas alto, mas com tensão através da qual você sente força e massa. Alexandre Desplat, o compositor, combina cuidadosamente e precisamente os temas originais de John Williams com novos motivos. A trilha sonora não distrai, mas amplifica: quando necessário — preenche com ansiedade, quando necessário — libera.

Os Atores Se Saem Bem, Mas...

Os atores aqui não carregam o filme — eles trabalham nele. Quase todos entendem os limites do material e não tentam atuar contra o roteiro: se disseram para interpretar uma ação funcional — assim será, se precisar de uma resposta emocional curta — por favor, disseram que agora estamos filmando uma seção de terror — e a tensão aparece nos rostos dos heróis. Trabalho profissional, mas sem ambições por mais.

Scarlett Johansson como Zora Bennett — um centro de gravidade confiante para o filme. Seu personagem é o comandante de um grupo encarregado de coletar material genético de dinossauro. Johansson interpreta uma heroína pragmática com notas de carisma, às vezes ainda exagerando o clichê de "mulher líder" ou "mãe de todo o esquadrão". Junto com Henry Loomis (Jonathan Bailey), ela parece convincente: você pode ver que os personagens confiam um no outro, mesmo quando discordam. Loomis — um biólogo e segundo participante da missão, combina inteligência e ansiedade de "nerd", então sua reação aos eventos é sempre mais emocional do que a dos outros. Bailey como ator sente bem o ritmo e a entonação, não escorrega para a paródia e anima cada episódio com sua presença.

Mahershala Ali como Duncan Kincaid — uma figura confiável, mas sem rosto. Seu personagem inicialmente aparece como um típico mercenário com cálculo frio, mas no meio do filme muda para "modo moralista", abandonando a missão para salvar civis. A impressão é que ele e sua equipe estão desempenhando uma função de gênero, material descartável.

Rupert Friend como Martin Krebs, representante da empresa farmacêutica patrocinadora, interpretou mais como um símbolo do que como um personagem. Sua atuação é fria, e o papel é enfaticamente racional — e ele falha categoricamente em alcançar a imagem de um supervisor corporativo, transformando-se em um tolo barulhento que não conseguiu nem comprar a lealdade dos mercenários. O final é um tanto previsível.

A família Delgado — pai Ruben (Manuel Garcia-Rulfo) e duas filhas, Teresa (Luna Blaise) e Isabel (Audrina Miranda) — são claramente introduzidos na trama com um olhar voltado para o público familiar. Tudo aqui é previsível: pessoas comuns, boas e calorosas. Ruben não é um herói de ação, mas uma pessoa pega em condições extremas: ele entra em pânico, comete erros, mas tenta proteger as crianças. As crianças se comportam de forma natural: ficam assustadas, mostram inteligência, "afirmam seus direitos" ou entram em defesa usando o clichê de "estou ofendido".

Elos Fracos — A Trama

Jurassic World: Rebirth é feito simultaneamente para dois públicos diferentes e não tenta superar essa divisão. No contexto de gênero — blockbuster de verão sobre dinossauros — pode-se perdoar as deficiências de formato com buracos na trama, decisões estranhas dos personagens e reviravoltas forçadas — blockbusters vivem de espetáculo, não de lógica. Mas duas linhas de história repetidamente rasgam o filme em partes diferentes e nem mesmo compostas.

Uma linha — a missão na Ilha San Heber, onde a equipe de Zora Bennett, Duncan Kincaid e Henry Loomis caçam DNA de dinossauro. Isso é pura ação-blockbuster: selvas, tocas, armadilhas, explosões, criaturas gigantes e heróis rastejando ao longo de bordas de penhascos. Tudo é construído em dinâmica e risco. Uma linha forte, coesa e impulsionadora.

A segunda — a história dos Delgados mexicanos, que acabaram na mesma ilha após o naufrágio de seu iate. Aqui tudo é construído em emoções, diálogos, experiências, tentativas de sobreviver em uma situação extrema. Esta parte é visivelmente mais suave e direcionada a um público que espera não apenas adrenalina, mas também empatia. É aqui que a classificação baixa se encaixa, aliás — as receitas de bilheteira são apenas mais altas se as famílias puderem ir ao cinema juntas.

A trama leva o espectador de cena em cena, mostrando às vezes um grupo de infelizes, às vezes o outro. Parece bem colado: ambos os grupos encontram monstros pré-históricos um a um, se unem, se separam, se entrelaçam, se reúnem. Os personagens constantemente lembram o espectador de sua motivação — para alguns, o dinheiro é importante, para outros, relacionamentos, alguém tem um drama pessoal em seu coração, alguém precisa de fama. E tudo parece bem, mas o resultado é — uma mistura de gênero.

Com uma persistência digna de melhor aplicação, os criadores combinam o incompatível: drama familiar com uma garotinha assustada e episódios de ação acelerada de roubo de DNA, humor adolescente de banheiro com Raptors e Pterodáctilos, brilho corporativo e engenhosidade rural da ilha. O espectador não pode alternar entre todo esse conjunto de decisões diretores apenas com emoções; queira ou não, você começa a engajar seu cérebro, e aí você nota a absurdidade.

How do you like the idea of adding 40 minutes of family drama to a dino-action film?

Resultados

***

O principal problema com Rebirth é sua ligação à marca lendária. Não se deve esperar um novo Jurassic Park: isso é apenas mais um blockbuster moderno, e nada mais. Como uma obra independente, Rebirth funciona honestamente — tem achados bem-sucedidos: ritmo visual, trabalho sonoro, dosagem competente de medo. No entanto, o excelente trabalho com dinossauros e locações não compensa a incerteza de gênero e o roteiro fraco. Serve para uma visualização casual, mas a franquia continua a marcar passo.

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