
Revisão do Filme F1 com Brad Pitt: Um Filme de Ação Esportiva Espectacular Que Pode Mudar Sua Percepção da Fórmula 1

Pronto para mergulhar em um mundo de altas velocidades e curvas acentuadas? F1 estrelando Brad Pitt já está acelerando na linha de partida como uma máquina de corrida supercarregada. Mas este drama de corrida, criado com a participação da própria Fórmula 1 e de Lewis Hamilton, conseguiu estabelecer um novo padrão para o cinema esportivo e mostrar os bastidores das "corridas reais" como ninguém fez antes? Ou é apenas mais um blockbuster barulhento — tecnicamente perfeito, mas vazio por dentro?
A Fórmula da Mídia: Como Reviver o Interesse em Corridas
Na última década, a Fórmula 1 tem perdido o interesse do público em geral, especialmente entre os jovens. Isso não se trata tanto da presença nas pistas, mas sim do conteúdo digital — cujos direitos são vendidos com dificuldade. Por que gastar três horas inteiras em uma corrida quando você pode ver todos os destaques em um vídeo de um minuto? Enquanto isso, a FIA teimosamente se recusa a reconhecer o principal problema — as corridas se tornaram entediantes. Regulamentações e a agenda ambiental "estrangularam" o espetáculo dos anos 90 e início dos anos 2000, mas em vez de reconsiderar sua abordagem, mudaram o foco para as mídias sociais, promoção de pilotos, colaborações de marcas e expansão para novos mercados.
E também com projetos de mídia — como a série da Netflix Drive to Survive e o filme da F1 com Brad Pitt. Este último se tornou parte de uma campanha global para "revitalizar" a marca. Foi criado em colaboração com a FIA, todas as dez equipes e promotores de corridas. Graças a isso, a equipe de filmagem obteve acesso sem precedentes às pistas e ao paddock. As filmagens ocorreram durante as corridas reais do Grande Prêmio de 2023 e 2024 — Silverstone (Reino Unido), Spa (Bélgica), Zandvoort (Países Baixos), Suzuka (Japão), Monza (Itália) e até mesmo Las Vegas à noite (EUA). O próprio Brad Pitt dirigiu um carro de Fórmula 2 modificado com aerodinâmica de F1, preparado com a participação da Mercedes-AMG e Carlin Motorsport.
Uma Exibição para as Corridas Reais
Mas F1 não é Rush sobre Lauda e Hunt, nem o dramático Ford v Ferrari. A nova F1 é sobre o aqui e agora, e sua tarefa não é tanto contar uma história, mas se tornar uma vitrine para o automobilismo. O filme promove a Fórmula 1 como entretenimento de massa, visando o público mais amplo possível: há uma mulher no papel de engenheira-chefe, pilotos e mecânicos negros, e uma família com netos ao fundo de um carro na garagem.
Para realismo, criaram a equipe APXGP com um box de pit completo e pessoal, que foram realmente colocados ao lado de equipes reais. Visualmente, tudo parece polido: equipamentos brancos impecáveis, uniformes de marca — os fãs de estética limpa vão apreciar. Você pode ver que dinheiro e esforço sérios foram investidos no projeto para "vender" o automobilismo a uma nova geração.
Após a exibição, três pensamentos ficaram girando na minha cabeça:
- Assistir à Fórmula 1
- Ser um piloto de Fórmula 1
- Comprar uma equipe de Fórmula 1
Os criadores alcançaram o objetivo principal — os espectadores queriam se tornar parte dessa corrida. E se até mesmo um espectador em mil se envolver no automobilismo, a FIA ficará satisfeita.
A "Fórmula" Que Te Move
Se ao menos toda a Fórmula 1 fosse como é neste filme! A principal força da F1 são as próprias corridas. Elas são filmadas de tal maneira que você literalmente sente a velocidade, aceleração, frenagem, cada curva e cada irregularidade. Peças do carro se quebram e se espalham pela pista. Quando uma roda sai do meio-fio, o carro levanta uma verdadeira nuvem de poeira ou joga cascalho por toda parte.
Em cada corrida, os criadores trabalham habilidosamente na imersão total do espectador — a pista, o comportamento do carro, as ações do piloto, os movimentos das mãos, reações, trocas de marcha — tudo isso se junta em uma cativante mosaico. Existem muitas sequências assim no filme, e você assiste a cada uma com a respiração suspensa.
Particularmente impressionante é a primeira corrida, onde os criadores mostram rápida, mas autenticamente, todo o processo de início da corrida — da preparação ao aquecimento dos pneus e o início em si. E o final na Arábia Saudita — uma corrida no circuito de Jeddah, fogos de artifício, multidões de fãs, equipes na pista — parece um verdadeiro evento. Você quer estar lá e aplaudir junto com as arquibancadas.
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Cinema Onde Você Está Dentro do Carro
A cinematografia é de primeira classe. Você pode ver que as filmagens foram feitas por profissionais que sabem como visualizar a velocidade. Ao sair do cinema, você se pega pensando: "Como eles filmaram isso?" Câmeras estáticas, visão em primeira pessoa, tomadas do cockpit, vistas de diferentes lados do carro em movimento, filmagens de drone — mas tudo é equilibrado. Sem tremores desnecessários, sem histeria de edição no estilo de "1000 cortes por minuto." Editar essa quantidade de filmagens requer sincronização precisa, então o Oscar deste ano de edição vai para o editor de F1 — eles são os melhores.
Por exemplo, há uma cena onde um dos pilotos sai da pista, destrói o carro e ele pega fogo depois. Brad Pitt — desculpe, Sonny Hayes — corre para salvar o pobre cara. Todo o processo é filmado de múltiplos ângulos: de cima, de lado, do cockpit, e até de dentro quando Pitt sai — naquele momento você pode ver claramente o quão pouco espaço há dentro do carro. Tudo isso é apresentado sem alarde, com o máximo de conforto visual. A imagem é densa, mas não sobrecarregada de detalhes — o filme cria uma sensação de presença, o espectador literalmente está dentro do carro.
Em algumas cenas, aparentemente, Pitt estava realmente experimentando forças G — você pode ver pelo seu rosto como ele está vivendo o momento, não apenas atuando. A câmera captura suas expressões no apertado cockpit, enfatizando o que os pilotos realmente enfrentam.
É importante entender: este filme foi criado para a tela grande. Todos os ângulos, especialmente do cockpit, transmitem exatamente o ângulo de visão que um verdadeiro piloto vê. No cinema — você está dentro do carro. Mas se você assistir em casa ou, especialmente, em um telefone — você perde a escala, a sensação de velocidade e o significado de toda a cinematografia. O filme exige uma tela grande — e justifica plenamente isso.
A quase completa ausência de tela verde e CGI não é um capricho dos chefes do estúdio, mas uma escolha consciente. Por trás do volante do projeto está Joseph Kosinski, conhecido por "Top Gun: Maverick," com Jerry Bruckheimer produzindo ao lado do próprio Brad Pitt e Lewis Hamilton. Esta é uma combinação de cinema experiente e verdadeiro automobilismo. E o resultado é impressionante. A imagem não é "realista" — é simplesmente real.
Som Que Te Mantém em Suspense
O design de som em F1 não fica atrás das imagens — cada cena é sincronizada tanto em som quanto visualmente. Quando a câmera está fora do carro — ouvimos comunicações entre piloto e engenheiro, como em um verdadeiro paddock. Quando a câmera se move para dentro — cliques de marcha, funcionamento dos freios e o barulho dos pneus em alta são o foco. Tudo isso cria uma sensação de realidade mecânica onde cada movimento do piloto se faz notar.
Um ponto especial é o trabalho do comentarista. Sim, quando os personagens não têm nada a dizer, uma voz enérgica entra, brincando, explicando e ajudando o espectador a entender o que está acontecendo. Sem isso, a percepção dessas "corridas malucas" seria completamente diferente. A única nuance — o som do motor parece suavizado para que não interfira em suas explosões e no trabalho de máxima performance. O icônico "som V10" se encaixaria aqui.
A trilha musical merece elogios à parte. Hans Zimmer trabalhou na trilha sonora e mais uma vez provou que sabe como não apenas acompanhar a cena, mas também estabelecer o ritmo do que está acontecendo. As composições não tentam ofuscar a cena, mas amplificam cada uma, adicionando a emoção certa — tensão, triunfo, tristeza contida ou expectativa do início. Isso não é apenas música para um filme — é um trabalho colaborativo entre som e imagem, onde nenhum elemento se destaca do pulso geral.
Um Veterano em um Mundo de Jovens Deuses
A trama aqui não é o principal, mas também não é vazia. No centro está Sonny Hayes, um ex-piloto de Fórmula 1 dos anos 90. Após um grave acidente, ele deixou o esporte, caiu e superou o vício em jogos, trabalhou como taxista em Nova York, passou por três divórcios, mas voltou a correr em outras disciplinas. Após 20 anos de vida, Hayes se tornou obcecado apenas pela velocidade, mas indiferente a dinheiro e fama. É precisamente essa obsessão e carisma que ele traz para o filme.
Seu velho amigo Ruben (Javier Bardem), agora proprietário da fictícia equipe Apex Grand Prix (APXGP), pede a Sonny para salvar a equipe: em três anos — nenhuma posição no pódio, o conselho de diretores está pronto para vender tudo, e o próprio Ruben está prestes a ser aposentado. Restam nove corridas. Sonny deve domar o carro caprichoso, restaurar a esperança da equipe e orientar Joshua "Noah" Pearce (Damson Idris) — um piloto promissor, mas egocêntrico, que considera fugir para uma equipe mais bem-sucedida.
Abordagem Tradicional
No geral, a fundação narrativa segue os tropos estabelecidos do drama esportivo: mentor envelhecido, protegido talentoso, mas imperfeito, equipe azarona lutando pela sobrevivência, caminho para a redenção e trabalho em equipe. No entanto, os roteiristas conseguiram disfarçar excelentemente a abordagem estereotipada com uma gama inteira de soluções — desde problemas constantes até bons diálogos e atuações excelentes. A história é interessante de assistir quase desde os primeiros minutos.
Importante: o filme é dominado não por confrontos externos, mas pelos conflitos internos dos personagens. Quando você pensa "agora eles realmente vão se enfrentar", acontece outra quebra, falha, acidente ou regulamento da FIA. Esta é uma abordagem muito conveniente e, mais importante, segura, não sem suas desvantagens. O principal problema é o desenvolvimento insuficiente do conflito entre Hayes e Pearce. Em vez de confronto aberto — desvios: internet, rumores, opiniões de terceiros. A cena do restaurante onde eles falam diretamente parece convoluta e excessivamente contida — na realidade, tudo seria mais rápido, mais agressivo e mais brilhante.
Também não é convincente a reação da engenheira-chefe Kate McKenna à aparição de Sonny: muito rapidamente ela se transforma de cética em admiradora. O subplot romântico parece forçado, se não desnecessário — o personagem simplesmente busca uma desculpa para se aproximar. Mas Javier Bardem no papel de Ruben mantém o nível: ao contrário de seu personagem em Duna: Parte Dois com seu "Muad'Dib nos lidera" independentemente das circunstâncias, aqui ele reage adequadamente ao que está acontecendo — seja triunfo, falha ou incerteza. Todas as emoções são legíveis em seu rosto, todas as armas plantadas pelos roteiristas devem disparar.
A trama, apesar de sua intensidade, permanece consistente. Os personagens crescem ao superar dificuldades externas. Hayes "volta à rotina" ao longo de várias corridas e recupera a confiança — tanto em si mesmo quanto em seus companheiros. Pearce começa a entender que fãs e mídias sociais são enfeites, e a essência é a corrida. Após cada corrida — uma pausa para diálogo, exposição ou desenvolvimento emocional. O ritmo é mantido, as transições são orgânicas, nada confunde. Você pode sentir o trabalho de diferentes diretores em diferentes cenas — e isso só beneficiou o filme.
What impressed you most about the F1 film?
Ninguém Sai Ofendido
Não se pode dizer que F1 é apresentado sem perdas reais, quebras, decisões difíceis — mas os criadores temiam estragar o humor do espectador. A trama evita cuidadosamente cantos agudos e dramas reais. Sim, falhas acontecem ao longo do caminho — quebras, conflitos, erros. Hayes destrói carros repetidamente, sempre joga pelas suas próprias regras, quebra limites estabelecidos — mas ele é incondicionalmente perdoado porque "entrega." Este é um privilégio negado a todos os outros. O mesmo vale para toda a equipe APXGP — há uma sensação de que apenas eles são autorizados a truques sujos e manobras na borda das faltas, enquanto as equipes reais são apenas figurantes.
Red Bull, Ferrari e Mercedes aparecem na tela, mas não mais do que como fundo — eles não têm rostos, personagens, nem motivações. Eles são apenas logotipos na tela para criar uma ilusão de escala. Ninguém os retrata mal, mas eles também não desempenham um papel — figurantes em um filme onde toda a atenção está focada nos uniformes brancos da equipe fictícia. Mas no final, ninguém perde — porque é assim que a mágica do cinema funciona. O espectador é bombardeado com dopamina positiva, e eles acreditam, se não forem muito exigentes.
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F1 é o resultado do trabalho de profissionais no pleno sentido da palavra. O filme combina as emoções do esporte de alta velocidade com uma história sobre caráter, mentoria, rivalidade e perseverança. Isso é entretenimento tenso, emocionante e, em certos momentos — verdadeiramente emocional. Os criadores fazem uma campanha de forma inteligente, quase imperceptível, para o espectador: se não para entrar no cockpit, pelo menos começar a acompanhar as corridas.
A integração das filmagens em eventos reais da Fórmula 1 é a pedra angular da autenticidade do filme. Graças a isso, conseguiram mostrar o mundo das corridas com um grau de autenticidade e envolvimento que simplesmente não existia antes. Não recebemos apenas um longa-metragem sobre corridas fictícias, mas um raro exemplo de um projeto onde cinema e esporte se fundem perfeitamente. No contexto de outros lançamentos deste ano, o filme parece confiante — no mesmo nível que talvez Missão: Impossível — O Último Acerto.